INTRODUÇÃO
É com prazer que apresento
um resumo da História da vida do missionário Reverendo Ashbel Green Simonton,
pioneiro do Presbiterianismo no Brasil.
Entre os
vários títulos disponíveis na Internet optei por este por ser objetivo e sucinto,
trazendo aos leitores uma boa visão do trabalho do grande missionário que fez
tanto pela obra do Mestre em tão curto espaço de tempo.
Damos
graças a Deus pelos irmãos que se dispõem a descrever a vida e obra desses
homens de Deus, de forma que podemos com os devidos créditos transcrever para
nosso blog e disponibilizar a leitura para nossos irmãos e amigos.
A Deus toda a glória.
A TRAJETÓRIA
A seguir
transcrevemos artigo escrito pelo pastor Florêncio Moreira de Ataídes da Igreja
Presbiteriana Renovada do Brasil no Jornal
Aleluia de julho de 2009, e disponibilizado na internet sobre a vida e obra do
missionário Ashbell
Green Simonton:
“Simonton nasceu no dia 20 de janeiro de
1833, em West Hanover, na Pensilvânia, descendente de presbiterianos
escoceses-irlandeses que haviam migrado para os Estados Unidos. Era filho de
William Simonton e Martha Davis. Tinha nove irmãos, sendo cinco homens,
denominados os quinque frates (os
cinco irmãos): William, John, James Thomas e quatro irmãs: Martha, Jane,
Elizabeth (Lillie) e Anna Mary.
Desde cedo, Simonton recebeu as melhores influências morais,
intelectuais e espirituais da fé presbiteriana em que fora criado e que podem
ser facilmente observadas no seu diário
escrito a partir dos dezenove anos de idade.
Quando viajava ao sul dos Estados Unidos, atuando como professor deixava
transparecer, em suas reflexões e personalidade sensível, profundo interesse
pelas coisas espirituais, embora, até então, não tivesse feito sua profissão de
fé. Observava os problemas sociais de sua época, como, por exemplo,
mostrando-se radicalmente contra a questão da escravidão. Sobre o comércio de
africanos, considerava-o como um “tráfico desumano e nenhum homem com
sentimento humanitário poderia se engajar nele” (MATOS, p. 27). Não concordava
com o comportamento de homens que se aproveitavam dos seus semelhantes para se
beneficiarem economicamente.
Importava-se também com os pobres e, na antevéspera do Natal, expressou
assim seus sentimentos: “O inverno chegou violento, neve e frio para o prazer
dos ricos e desespero dos pobres (...) Neste inverno haverá mais sofrimentos
entre as classes pobres do que jamais houve. Milhares de trabalhadores já foram
despedidos nas cidades e aglomerados industriais; os aluguéis e a comida estão
caros (MATOS, p. 78). A situação precária de milhares de pessoas o incomodava,
“isso consistia num grave problema social, o que não passou despercebido por
ele. Simonton era uma pessoa preocupada com o social, almejando o bem-estar de
todos” (ATAÍDES, p. 19).
Até então, não tinha tomado uma decisão de servir a Cristo, pois lhe
faltava uma profunda experiência com Deus. No entanto, sua conversão não
demorou muito em acontecer. Em março de 1855, a igreja, da qual sua mãe era
membro, promoveu uma campanha de oração onde ele se entregou a Cristo,
assumindo publicamente o seu compromisso com Deus. A partir daquele momento
“passou a considerar o ministério como possibilidade em sua carreira. Fez,
então, uma decisão corajosa que mudou para sempre o sentido da sua vida:
respondeu afirmativamente ao apelo do pastor” (ATAÍDES, p. 20).
Em resposta ao chamado, em julho daquele ano, ingressou no Seminário de
Princeton, a fim de preparar-se para o ministério. Ainda no primeiro semestre,
ouviu, na capela do seminário, um sermão que o despertou para missões. “O
pregador era o Dr. Charles Hodge, eminente teólogo e professor do seminário,
que o fez pensar seriamente na possibilidade de devotar-se à obra missionária
no estrangeiro. Aquele sermão tocou profundamente o coração sensível do jovem
seminarista Simonton, levando-o a pensar seriamente, pela primeira vez, sobre o
trabalho missionário” (ATAÍDES, p.23).
Com o consentimento de sua mãe, no dia 27 de novembro de 1858,
encaminhou à Junta de Missões Estrangeiras o pedido formal para ser
missionário, mencionando o Brasil como campo da sua preferência, deixando, no
entanto, a decisão final aos cuidados da Junta. Foi aceito e ordenado pastor,
começando os preparativos para a viagem no ano seguinte.
Na manhã do dia 18 de junho 1859, despediu-se, no porto de Baltimore, de
sua mãe e de seu irmão John que o acompanharam até o navio. Sua mãe escreveu no
diário dela naquela ocasião: “É difícil separar-se daqueles que talvez não
vejamos mais na terra. Mas quando penso no valor das almas imortais que se
estão perdendo pela falta do Evangelho puro... Recomendo você com orações e
lágrimas ao Senhor, que tudo faz para o bem” (www.missiodei.com.br. In:
25/08/06). Oraram fervorosamente por ele e em seguida embarcou num navio à vela
chamado Banshee, rumo ao
Brasil. Estava deixando para trás sua pátria, família e amigos, muitos dos
quais não mais veriam nesta terra. Foram 55 dias
Quando Simonton chegou aqui havia muitos protestantes ingleses
(anglicanos) que tinham vindo para cá ao longo de meio século, liberados por
tratado comercial entre o Império do Brasil e a Inglaterra. No entanto, eles
não evangelizavam em razão das restrições que faziam parte do acordo. A
religião oficial do Brasil Imperial era o catolicismo romano.
Simonton vivia a grande expectativa de pregar o evangelho aqui. Estava
bem consciente de que devia amar as pessoas para ganhá-las para o Senhor, pois
ser missionário sem amor era, para ele, um mau negócio. Como método de
evangelização começou a dar aulas de inglês, como forma de estabelecer contato
com as pessoas e aperfeiçoar sua fluência na língua portuguesa, o que lhe
consistia um grande problema. Lutava para aprender o idioma o mais rápido
possível, a fim de que pudesse comunicar bem o evangelho. Três meses depois de
sua chegada ao Brasil escreveu: “O que mais me interessa agora é aprender a
língua... e enquanto não o completar, não tenho condições de ser útil aqui...
Todos os esforços que fiz até agora para aprender o português não tiveram
sucesso” (MATOS, p. 132).
Depois de alguns meses no Brasil, “no dia 22 de abril de 1860, num
domingo, Simonton realizou a primeira Escola Dominical em sua casa, sendo este
seu primeiro trabalho em Português” (ATAÍDES, p. 40), o que o deixou muito
feliz.
Simonton não ficou apenas no Rio, mas visitou várias cidades dos estados
do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, deixando nelas a semente do
Evangelho, onde nasceram muitas igrejas presbiterianas.
No final de 1862, voltou a sua terra para visitar sua mãe que estava
enferma. Infelizmente, quando chegou ela já havia partido para o Senhor. Teve a
oportunidade de rever seus irmãos pela última vez, descrevendo assim esse
encontro: “a noite passada, ficamos conversando até tarde sobre o passado e
sobre os que partiram. Cada um contribuía com maior ou menor parte dos tesouros
de sua memória; muitos incidentes e lembranças foram revividos e a conexão do
presente com o passado parecia completa” (MATOS, p. 154).
Ainda no final daquele ano Simonton conheceu a jovem Helen Murdoch com
quem
A morte da esposa foi uma perda irreparável, um golpe do qual jamais se
recuperou. No entanto, continuou o seu ministério com muito ardor. Com os
colegas de ministério: Blackford, Schneider e Chamberlain, fundaram algumas
igrejas Presbiterianas (Rio, São Paulo e Brotas),
Simonton fazia incansavelmente a obra de Deus e o seu trabalho
prosperava em vários lugares. Um dos frutos mais importantes do seu ministério
foi a conversão do padre José Manuel da Conceição, conhecido como JMC, que se
tornou uma peça chave na evangelização de muitas cidades nos estados de São
Paulo e sul de Minas Gerais. JMC foi o primeiro pastor brasileiro ordenado.
Em novembro de 1867, Simonton foi acometido de febre amarela e não mais
se recuperou. Apesar de ser devidamente assistido pelos médicos, não resistiu e
faleceu precocemente, no dia 09 de dezembro de 1867, aos 33 anos. O túmulo do
missionário Simonton está ao lado do de JMC, no Cemitério dos Protestantes, em
São Paulo.
Em 12 de agosto de 1959, no centésimo aniversário de sua chegada ao
Brasil, a Igreja Presbiteriana do Brasil, colocou ao pé da lápide do pioneiro
uma placa comemorativa com a seguinte inscrição: “Primeiro centenário da
chegada do Rev. Ashbel Green Simonton ao Brasil. O seu trabalho não foi em vão
no Senhor” (MATOS, p. 30).
Em 12 de agosto de 2009 comemoramos os 150 anos da chegada de Simonton
ao Brasil para estabelecer o presbiterianismo. Como presbiterianos temos motivos
para louvar a Deus pela sua vida. Reconhecemos a importância de seu trabalho, o
qual continua frutificando para glória de Deus! Amém.”
SOBRE O AUTOR DA MATÉRIA
Florêncio Moreira de Athaídes é pastor da Igreja
Presbiteriana Renovada desde 09-12-1989.
Em 2009 assumiu a direção da MISPA – Escola de Missões
Priscila e Áquila de Assis, SP.
Em 2013 foi nomeado diretor dessa instituição.
O autor é bacharel em Teologia,
graduado em Estudos Sociais, graduado em História, pós-graduado em Ensino de
Filosofia, mestre em Missiologia.
GALERIA DE FOTOS
(Portal Mackenzie)
Seminário de Princeton, onde Simonton fez o
curso de teologia
Marta Simonton, mãe do missionário
Os irmãos de Simonton
Helen Murdoch a esposa
de Simonton
Simonton e a filhinha Helen
Blackford, cunhado que criou
a filha de Simonton
Rio de Janeiro, porto onde Simonton
desembarcou e iniciou seus trabalhos no Brasil
São Paulo, cidade onde o trabalho presbiteriano
foi alavancado e dali partiu para o interior
Brotas, SP, uma das cidades interioranas
onde o presbiterianismo floresceu
Rev. José Manuel da Conceição, ex padre e
primeiro pastor pastor presbiteriano
brasileiro
Cemitério dos Protestantes em São Paulo onde
estão sepultados Simonton e Conceição
Em agosto de 2009 os presbiterianos comemoraram
os 150 anos da chegada de Simonton ao Brasil
Rev. Alderi Souza de Matos, é professor de História da Igreja
e coordenador da área de Teologia Histórica do Centro
Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper,
em São Paulo. É mestre em Novo Testamento pela Andover
Newton Theological School, Massachusetts, EUA, e doutor em
História da Igreja pela Boston University School
of Theology. Alderi é ministro da Igreja Presbiteriana
do Brasil e historiador oficial dessa denominação.
(citado diversas vezes no artigo publicado)
CONCLUSÃO
Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.
Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação, ou por mensagem no Facebook.
SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM
É presbítero em exercício da Igreja Presbiteriana do Brasil, servindo atualmente na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com
Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.
Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação, ou por mensagem no Facebook.
SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM
É presbítero em exercício da Igreja Presbiteriana do Brasil, servindo atualmente na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com
Excelente postagem!
ResponderExcluirObrigada Senhor, por ter amado a nossa terra Brasil é enviado o Seu evangelho através do Rev. Simonton e outros!
Soli Deo glória!
Maravilhoso!Belíssimo trabalho!A Deus toda gloria!
ResponderExcluir