sexta-feira, 16 de junho de 2017

MAIRINQUE E O HORTO FLORESTAL - BREVE HISTÓRICO

APRESENTAÇÃO


        Aprazível local para passeios, recepções, festas de aniversários e de casamentos, o Horto Florestal de Mairinque é um grande bosque com vegetação natural e eucaliptos. Apesar de abrigar a instalação de uma indústria em uma de suas extremidades e de ter duas rodovias a cortá-lo, o local é ainda um pulmão verde muito visitado na cidade. A seguir transcrevemos a História do Horto Florestal de Mairinque, mais uma vez utilizando-nos da publicação da Revista Comemorativa Mairinque 94 Anos:

O HORTO FLORESTAL – PARQUE ANTONIO ANSELMO


“O Horto Florestal era toda a área pertencente à Estrada de Ferro Sorocabana onde se cultivava eucaliptos, circundando a antiga Vila Mayrink e o "Arraial do Sapo", atual Vila Sorocabana. O Horto Florestal fazia parte de toda a gleba remanescente dos 256 alqueires, adquirida no fim do século passado pelo Estado, dos proprietários locais, área que compreendeu parte das chamadas "terras do Manduzinho". A aquisição se deu em vista do plano da Sorocabana de construir, perto da estação, o pátio ferroviário, oficinas, depósito e outros setores da ferrovia, residências para seus funcionários, e também manter reserva da mata que forneceria a lenha para combustível das locomotivas. Inicialmente a Sorocabana explorava a mata pelo simples sistema de corte, o qual era feito pelo processo de empreitada, por volta de 1934, onde era empreiteiro do corte de lenha, Abdala Naufal, que tinha como sub-empreiteiros: Jose Garcia e Paulo Basile. Em conseqüência da devastação da mata natural, viu-se a ferrovia obrigada a fazer replantio de áreas, de modo a garantir o abastecimento do combustível necessário. Isso aconteceu também em outros pontos da linha, como em Jupira, Andrade e Silva, Itatinga, Bela Vista, Salto Grande, e outros locais em 1955. Para a manutenção do Horto Florestal, utilizava-se de mudas de eucalipto e cedrinho, as quais eram semeadas em um viveiro, num galpão que ficava próximo ao casarão. Plantavam-se também feijão e milho. O milho era utilizado para alimentação dos animais utilizados no transporte da lenha, em carroças. Mais tarde, esse viveiro foi transferido para a parte de baixo, o Iº Horto, como era chamado. As mudas eram também cedidas aos "outros" hortos que estavam se formando e aos fazendeiros da região. Havia um paiol onde o milho era guardado e debulhado com máquina manual. As casas que ali existiam, eram de pau-a-pique e madeira, não contavam com luz elétrica e água encanada. Na área compreendida como viveiro havia um tanque, cuja água era usada para regar as mudinhas. Ali foi cavado um poço, o qual deu água potável, muito apreciada e procurada pelas famílias da Vila.
O Horto era muito bem conservado, limpo e respeitado pelos que ali trabalhavam e pelos visitantes. Na época, os gêneros de eucaliptos cultivados eram: Saligna, Citrioclora, Tereticornis, Rostrata e Glóbulus. Até 1940 usava-se como transporte: carroça e charrete. Depois veio um caminhão Dodge 27. O "chaufer" era o Sr. Christino Garcia. Esse veículo transportava terra, mudas de eucaliptos e funcionários de administração. Era mecânico, o Sr. Nelson Carvalho Martins. Foi construída uma garagem grande ao lado do paiol e um lugar para a charrete, e atrás ficava a cocheira dos animais. Em 1973, a Prefeitura Municipal adquiriu a gleba de 200,68 alqueires, mediante a Lei 541/73 e o Decreto 842/73, do Governo do Estado, Que possibilitou a execução da Lei Municipal 387/69.
Na ocasião em que a Prefeitura Municipal de Mairinque adquiriu da Fepasa a gleba entendida como Horto Florestal verificou-se que: as plantações existentes, com a idade media de 30 anos, com exceção feita aquelas próximas à sede, as demais, já no seu 3º e 4º corte, constituíam-se de  plantas já intensamente exploradas, com o ciclo econômico de produção prejudicado pela elevada percentagem de falhas.
Na sua totalidade, as plantações são do gênero "Eucalyptus”, somando aproximadamente, de acordo com o levantamento procedido em 1966, 541.330 pés de várias espécies, ou seja, Saligna, Tereticornis, Robusta, Rostrata e Glóbulus. Estimou-se, na data em que o Horto passou para municipalidade de Mairinque, dando-se um desconto de 20% para falhas, pés dominados, formigas cortadeiras, tocos que secam, etc. a existência de aproximadamente 4000 pés. Até 1973, não aconteceram outras melhorias e de 1973 a 1976 foram instaladas no Horto, oficinas mecânicas e o almoxarifado da Prefeitura, ocupando razoável espaço da vegetação que existia. Em 1980 foi fundado o Museu Conselheiro Francisco de Paula Mayrinque (o qual citaremos mais adiante), instalado no antigo casarão e conseguida a Locomotiva à vapor, exposta em frente ao pátio do almoxarifado.”

Fonte:  http://wilson-ribeiro.blogspot.com.br/2012/05/pequena-historia-do-municipio-de.html ((transcrito da na Revista Comemorativa 97 Anos)


FOTOS ILUSTRATIVAS
































UMA DOCE LEMBRANÇA

A gleba de terra onde foi implantado o Jardim Cruzeiro em Mairinque, inicialmente com denominações de Gleba A e Gleba B, também faziam parte do Horto Florestal.
Morando e trabalhando em Alumínio, à época um bairro de Mairinque, adquirimos um lote na Gleba A, na rua que inicialmente se chamou Rua Dez e posteriormente veio a se chamar Rua Dr. Jones Bill Munhoz, estimado médico mairinquense que faleceu em acidente em 1982.
Iniciamos a construção em 1978 e finalizamos a mesma em 1980 com financiamento pela sistema habitacional. Ali moramos durante 16 anos, inesquecíveis para a toda a família.
Na foto, da qual não sei identificar a origem, vê-se ao fundo a Gleba A do Jardim Cruzeiro nos seus primórdios. A casa, pintada em verde, que aparece próximo do final do cano da arma de brinquedo do menino é a nossa. A que está do outro lado é do Dr. James Beal Munhoz e mais abaixo, na outra rua aparece o depósito de´materiais de construções da Loja Dismar.

CONCLUSÃO

         Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.

        Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação.


SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM


Wilson do Carmo Ribeiro é industriário aposentado, professor e historiador diletante. 
É presbítero emérito da Igreja Presbiteriana do Brasil.

E-mail: prebwilson@hotmail.com




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