segunda-feira, 7 de novembro de 2016

CORÉIA DO SUL - O CRESCIMENTO VERTIGINOSO DO PRESBITERIANISMO

APRESENTAÇÃO

Ao me deparar com uma mensagem que recebi dia destes do irmão e amigo professor  Juliano Camargo lá da *Igreja Presbiteriana de Nova Campina, achei por bem utilizar-me das informações que o referido irmão compartilhou comigo sobre a Igreja Presbiteriana na Coréia do Sul.
Na verdade temos visto e ouvido falar muito nesse assunto e são maravilhosos os vídeos que observamos nas redes sociais, especialmente de conjuntos corais e orquestras que, via de regra, apresentam hinos tradicionais utilizados no presbiterianismo brasileiro.
Vamos então primeiramente conhecer um pouco da História do presbiterianismo naquele país asiático e depois ler sobre o vertiginoso crescimento da Igreja Presbiteriana lá.
Coletamos e apresentamos também alumas fotos e vídeos sobre o presbiterianismo na Coréia do Sul.


HISTÓRIA DO PRESBITERIANISMO NA CORÉIA DO SUL

Em 1959, na Quadragésima Quarta Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana da Coreia a denominação se dividiu em duas partes iguais devido à visão da igreja  quanto ao ecumenismo e a participação do Concílio Mundial de Igrejas. O grupo HapDong representou a ala mais conservadora teologicamente e o grupo TongHap, a ala liberal e ecumenica. Este manteve sua filiação ao Concílio Mundial de Igrejas e ao Conselho Nacional de Igrejas na Coreia e permitiu relativamente uma ampla gama de posições teológicas em seu meio.
 A Igreja Presbiteriana na Coreia (HapDong) tornou-se um grupo mais conservador. Na sua estrita base doutrinária, foi possível unir-se em 1960 com a Igreja Presbiteriana na Coreia (Kosin) (outro grupo conservador que separou-se da Igreja Presbiteriana da Coreia em 1952). Todavia, o grupo Kosin separou-se novamente em 1962. Cerca de 150 congregações do grupo Kosin de 1952 decidiram permanecer com o HapDong.
A igreja formada pelo grupo HapDong começou posteriormente um seminário e jornais, que deram origem a diversas escolas no país.
Em 1961 um grupo chamado a Igreja Presbiteriana Bíblica separou-se. Este grupo deu origem a atual Igreja Presbiteriana na Coreia (Daeshin).
 Na Sexagésima Quarta Assembleia Geral, em 1979, a igreja sofreu uma outra divisão. Kim Hee Bo, o Presidente do Seminário ChongShin, tornor-se defensor da abordagem histórico-crítica do Pentateuco. A igreja se dividiu em uma linha principal que se opunha a visão de Kim Hee Bo e um grupo minoritário que o apoiou.
O debate centrou-se sobre duas questões: a autoria do Pentateuco e da relação com o Seminário ChongShin. A linha principal manteve-se e não fragmentou nos próximos anos e o grpo minoritário formou a Igreja Presbiteriana na Coreia (HapDongJinRi).


O CRESCIMENTO DA IGREJA PRESBITERIANA NA CORÉIA DO SUL


A Coréia o Sul é 82 vezes menor que o Brasil em extensão territorial e apenas 3 vezes menor em população. O país tem cerca de 99.000 km² e 46 milhões de habitantes, dos quais, 30% são evangélicos. A Igreja Presbiteriana representa 75% dos evangélicos e possui 10 milhões de membros. Embora a Igreja Presbiteriana da Coréia seja 28 anos mais nova que a Igreja Presbiteriana do Brasil, ela é 20 vezes maior.
Enquanto os presbiterianos do Brasil representem apenas 0,3% da população, na Coréia representam 22%. Só em Seul, capital da Coréia do Sul, uma cidade com 12 milhões de habitantes, há 10 mil igrejas presbiterianas. As principais denominações evangélicas da Coréia são:
1) Presbiteriana – 10.000.000 de membros
2) Metodista – 1.500.000 membros
3) Assembléia de Deus – 1.000.000 de membros
4) Batista – 500.000 membros
As principais causa do crescimento da igreja evangélica coreana são:
1) Uma Igreja que é Cabeça e Não Cauda
A igreja sempre esteve à frente nas grandes lutas e tensões sociais, determinando o rumo das mudanças mais importantes do país. Os crentes ocupam os principais postos estratégicos de liderança da nação. A Igreja, na verdade, é a esperança da nação.
2) Uma Igreja de Mártires
Deus sempre honrou o sangue dos mártires. Como dizia Tertuliano, ilustre pai da igreja: “o sangue dos mártires é o fermento da igreja”. A plantação da igreja na Coréia do Sul foi regada por muitas lágrimas e banhada por muito sangue. Centenas de crentes foram decapitados, estrangulados e mortos com requinte da mais perversa crueldade. Milhares de cristãos foram torturados por causa de sua fé, selando com seu sangue o testemunho do evangelho.
3) Uma Igreja com Vida Intensa de Oração
Não existe na Coréia do Sul, igreja evangélica sem reunião de oração de madrugada. Eles não acreditam em crescimento da igreja sem prática efetiva e intensa de oração. Os crentes afluem para o templo de madrugada para buscar a face de Deus, mesmo sobre o frio implacável de 20 graus negativos no inverno. Os pastores oram em média de 2 a 4 horas por dia. Oração é para eles prioridade fundamental e a causa precípua do crescimento da igreja.
4) Evangelismo Através de Grupos Familiares
A base da evangelização e da comunhão dos crentes são os grupos familiares. Para eles esse é o investimento estratégico mais importante para ganhar novas pessoas para Cristo e discipulá-los.
5) Grande Ênfase no Discipulado e Treinamento de Leigos
Estando na Coréia com um grupo de 80 pastores em abril de 1997, visitamos igrejas de 6.000, 12.000, 18.000, 30.000, 55.000, 82.000, e 700.000 membros. Em todas elas vimos a forte ênfase no treinamento da liderança e no discipulado dos novos convertidos. A igreja, na verdade, é um exército em ação, onde cada crente exerce o seu ministério, conforme os dons que recebeu.
6) Grande Zelo Missionário
A igreja coreana investe pesado em missões. 25% dos pastores formados na Coréia do Sul estão se consagrando às missões. Há igrejas que investem 62% do seu orçamento em evangelização e missões. Em 1995, no Estádio Olímpico de Seul, 100.000 jovens coreanos consagraram-se para a obra missionária.
Cremos que a qualidade de vida dos crentes coreanos daságua num fenomenal crescente numérico. Qualidade gera quantidade. Quando a igreja anda com Deus, Deus a faz crescer. Creio que Igreja pujante, guerreira, ousada e viva da Coréia do Sul é um modelo digno de ser imitado por nós, se queremos ver aqui nestas plagas os mesmos resultados.

Reverendo Hernandes Dias Lopes (Editora Luz Para o Caminho)


ILUSTRAÇÕES



Localização da Coréia do Sul no mapa mundi


Vista noturna de Seul, a capital coreana


Culto de inauguração da Igreja Presbiteriana de Sarang

Igreja Presbiteriana de Minug Su

Igreja Presbiteriana Myong Sung

Templo presbiteriano Pyung cheil 
(60.000 pessoas em cada culto)


Culto de inauguração da Igreja
Presbiteriana de  Sarang


Hino Forte Rocha (Martinho Lutero) cantado
por coral coreano


Coral jovem coreano cantando em Jerusalém


CONCLUSÃO

         Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.

        Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação.


SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM


Wilson do Carmo Ribeiro é industriário aposentado, pedagogo e historiador diletante. 
É presbítero em exercício da Igreja Presbiteriana do Brasil, servindo atualmente na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

HERNANDES DIAS LOPES - PERDIDO DENTRO DA IGREJA

APRESENTAÇÃO

Um dos mais conhecidos pastores da Igreja Presbiteriana do Brasil na atualidade é sem dúvida o Reverendo Hernandes Dias Lopes. Isto talvez seja em grande parte devido ao seu programa no qual ele faz pregações na TV.
Nesta postagem reproduzimos um de seus sermões, baseado em um dos textos mais conhecidos da Bíblia, qual seja, Lucas 15. 11-32, conhecido como A Parábola do Filho Pródigo.
Mas, na verdade, o pregador aborda neste sermão, não o “filho perdido” mas o irmão dele. Aquele que não soube se alegrar com a volta do seu irmão, para o qual o pai mandou fazer uma festa por teer voltado à casa da família.
Aprendamos com o ilustre pastor:



“PERDIDO DENTRO DA IGREJA

INTRODUÇÃO

1. Jesus contou três parábolas sobre a alegria do encontro
a) A ovelha perdida que foi encontrada – O pastor chama a todos para se alegrarem.
b) A moeda perdida que foi encontrada – A mulher chama seus vizinhos para se alegrarem.
c) O filho perdido que voltou para casa – O pai oferece uma festa e se alegra. Nessas três parábolas a única pessoa que não está alegre e feliz é o irmão mais velho do pródigo.
2. No meio dessa festa do encontro, do resgate, da salvação há uma voz que destoa
O filho mais velho está triste, porque o Pai recebeu o filho pródigo com alegria.
O filho mais velho está irado, porque o Pai é misericordioso.
O filho mais velho está do lado de fora, enquanto o filho pródigo está dentro da Casa do Pai.
3. O perigo de se estar na Casa do Pai, dentro da Igreja e ainda estar perdido
Esse filho representou os escribas e fariseus que se consideravam santos e desprezavam os outros.
Esse filho representa aqueles que estão dentro da igreja, obedecendo a leis, cumprindo deveres, sem se enveredar pelos antros do pecado, pelos corredores escuros do mundo e ainda assim, estão perdidos.
Ilustração: O jovem rico – criado na sinagoga, cumpria os mandamentos, mas estava perdido.
I. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS DESOBEDECE OS DOIS PRINCIPAIS MANDAMENTOS
Jesus ensinou que os dois principais mandamentos da lei são amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo. Esse filho quebrou esses dois mandamentos: ele nem amou Deus, representado pelo Pai e nem o seu irmão.
Ele não perdoou o Pai por haver recebido o filho pródigo, nem perdoou o irmão pelos seus erros.
Há pessoas que estão na igreja, mas não têm amor por Deus nem pelos perdidos. Estão na igreja, mas não amam os irmãos.
II. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS ESTÁ CONFIADO NA SUA PRÓPRIA JUSTIÇA
Ele era veloz para ver o pecado do seu irmão, mas não enxergava os seus próprios pecados. Ele era cáustico para condenar o irmão, enquanto via-se a si mesmo como o padrão da obediência.
Os fariseus definiam pecado em termos de ações exteriores e não atitudes íntimas. Eles eram orgulhosos de si mesmos. Como o profeta Jonas, esse filho mais velho obedecia ao Pai, mas não de coração. Ele trabalhava com intensidade, mas não por amor.
III. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS NÃO É LIVRE
Ele não vive como livre, mas como escravo. Sua religião é rígida. Ele obedece por medo ou para receber elogios. Faz as coisas certas com a motivação errada. Sua obediência não provém do coração.
Ele anda como um escravo (v. 29). O verbo é douleo = servir como escravo. Ele nunca entendeu o que é ser filho. Nunca usufruiu nem se deleitou no amor do Pai.
Ser crente para ele é um peso, um fardo, uma obrigação pesada. Ele vive sufocado, gemendo como um escravo.
Está na igreja, mas não tem prazer. Obedece, mas não com alegria. Está na Casa do Pai, mas vive como escravo.
IV. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS ESTÁ COM O CORAÇÃO CHEIO DE AMARGURA
1. Complexo de santidade X Rejeita os marginalizados – v. 29,30
Ele estava escorado orgulhosamente em sua religiosidade, arrotando uma santarronice discriminatória. Só ele presta; o pai e o irmão estão debaixo de suas acusações mais veementes.
Sua mágoa começa a vazar. Para ele quem erra não tem chance de se recuperar. No seu vocabulário não tem a palavra perdão. Na sua religião não existe a oportunidade de restauração.
2. Sente-se injustiçado pelo pai
Acusa o pai de ser injusto com ele, só porque perdoou o irmão. Na religião dele não havia espaço para a misericórdia, perdão e restauração.
Ele se achava mais merecedor que o outro. Sua religião estava fundamentada no mérito pessoal e não na graça. É a religião da lei, do legalismo e não graça nem da fé que opera pelo amor.
3. Ele não perdoa nem restaura o relacionamento com o irmão – v. 30
Ele não se refere ao pródigo como irmão, mas diz: “Esse teu filho”.
A Bíblia diz que “quem não ama a seu irmão até agora está nas trevas”.
Ele desconhece o amor. Ele vive mergulhado no ressentimento. Ele vê seu irmão como um rival.
4. O ódio que ele sente pelo irmão não é menos grave que o pecado de dissolução que o pródigo cometeu fora da igreja – Gl 5.19-21
A bíblia fala sobre três pecados na área da imoralidade e usa nove na área de mágoa, ressentimentos, ira.
A falta de amor é um pecado tão grave como o pecado da vida imoral e dissoluta.
5. O ressentimento o isolou do Pai e do irmão
Quando uma pessoa guarda ressentimento no coração pelo irmão que falhou, perde também a comunhão com o Pai.
Ele se recusa a entrar, fica fora da celebração. Mergulha-se num caudal de amargura.
Ele diz para o Pai: “Esse teu filho”. Mas o Pai o corrige e diz-lhe: “Esse teu irmão” (v. 30,31).
V. VIVE DENTRO DA IGREJA, NA PRESENÇA DO PAI, MAS ANDA COMO SOLITÁRIO – V. 31
Ele anda sem alegria, sem amor, sem prazer. Vive na Casa do Pai, mas sente-se escravo. Está na Casa do Pai, mas não tem comunhão com ele.
Quantos estão na igreja, mas nunca sentem o amor de Deus, a alegria da salvação, o prazer de pertencer a Jesus, a doçura do Espírito Santo. Vivem como órfãos: sozinhos, curtindo uma grande solidão e insatisfação dentro da Casa do Pai.
VI. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS NÃO SE SENTE DONO DO QUE É DO PAI – V. 31
1) Ele era rico, mas estava vivendo na miséria. Muitos hoje estão vivendo um cristianismo pobre. Vivem sem alegria, sem banquete, sem festa na alma, trabalhando, servindo, mas sem alegria;
2) Deus tem uma vida abundante – Jo 10.10;
3) Deus tem rios de água viva – Jo 7.38;
4) Deus tem as riquezas insondáveis do evangelho – Ef 3.14
5) Deus tem a suprema grandeza do seu poder – Ef 1.19
6) Deus tem a paz que excede todo o entendimento – Fp 4.7
7) Deus tem alegria indizível e cheia de glória – 1 Pe 1.8
8) Deus tem vida de delícias para a sua alma.
Esse filho não tem nenhum proveito na herança do Pai. Ele nunca fez uma festa. Nunca celebrou com seus amigos. Nem sequer um cabrito, ele comeu. Ele nunca saboreou as riquezas do Pai.
Ele não tem comunhão com o Pai: É como Absalão, está em Jerusalém, mas não pode fazer a face do Rei.
Ele está na igreja por obrigação. Ele não toma posse do que é seu.
Ilustração: o homem que fez um cruzeiro de Navio e levou o seu lanche. Vendo as pessoas comendo os pratos mais deliciosos, guardou dinheiro para comer uma boa refeição no último dia. Só então ficou sabendo que todos aqueles banquetes já estavam incluídos.
CONCLUSÃO
O mesmo Pai que saiu ao encontro do filho pródigo para abraçá-lo, sai para conciliar este filho (v. 31).
O remédio para esse filho era o mesmo para o outro: confessar o seu pecado.
Mas ele ficou do lado de fora. Agora perdido dentro da Casa do Pai.

Não fique do lado de fora. Venha e desfrute da festa que Deus preparou!”

SOBRE O AUTOR DA MENSAGEM

Hernandes Dias Lopes, natural de Nova Venécia-ES é casado com Udemilta Pimentel Lopes, pai de Thiago e Mariana.

Fez o seu curso de Bacharel em Teologia no Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas-SP no período de 1978 a 1981 e o seu Doutorado em Ministério no Reformed Theological Seminary, em Jackson, Mississippi, nos Estados Unidos no período de 2000 a 2001.

Foi pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Bragança Paulista no período de 1982 a 1984 e desde 1985 é o pastor titular da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória-IPB.

É conferencista e escritor, com mais de 70 obras publicadas.


CONCLUSÃO

         Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.

        Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação, ou por mensagem no Facebook.


SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM

Wilson do Carmo Ribeiro é industriário aposentado, pedagogo e historiador diletante. 
É presbítero em exercício da Igreja Presbiteriana do Brasil, servindo atualmente na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

PRESBITERIANO - COMO SE DÁ A FORMAÇÃO DELE

APRESENTAÇÃO

Sabe-se que os padres que ministram no Catolicismo Romano têm uma formação superior feita em seminários, nos quais os candidatos ao sacerdócio obtêm a necessária formação para o exercício da sua função.
Além disso, cumprem formalidades e passam por ritos e cerimônias até chegar ao ofício sacerdotal.
E entre os cristãos evangélicos, como é a formação dos ministros, ou pastores, como são mais conhecidos?
Como existem muitas denominações evangélicas (ou protestantes), vamo-nos ater aos pastores presbiterianos no que diz respeito aos requisitos para a formação e ordenação deles.

COMO SE  DÁ A FORMAÇÃO DE UM MINISTRO DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL

Várias etapas antecedem a ordenação de um Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Procuraremos aqui mostrar quais são elas:

Do “Aspirante” ao Ministério

1.     Requisitos para apresentar-se ao Conselho da Igreja:
1.1.  ser membro em plena comunhão
1.2.  ser membro perfeitamente integrado
1.3.  ser membro há pelo menos dois anos.

2.     Perante o Conselho:
2.1.  exame preliminar quanto a vocação e dom ministerial
2.2.  se aprovado, arrolar como “Aspirante” e comunicar, por escrito, ao Presbitério ao qual a Igreja está jurisdicionada

3.     Responsabilidades do Conselho da Igreja:
3.1.  observar e acompanhar o aspirante pelo período de um ano
3.2.  indicar um trabalho específico para o aspirante: aula da Escola Bíblica Dominical, pregar, dirigir reuniões e outras atividades
3.3.  exigir um relatório detalhado do aspirante no final do período de um ano
3.4.  acompanhar o trabalho do aspirante através do Pastor da Igreja
3.5.  avaliar periodicamente o aspirante
3.6.  após o período de observação, encaminhar o aspirante ao Presbitério para exame
3.7. dialogar com o aspirante e sua família quanto a participação financeira dos mesmos na sua formação. O Presbitério Unido (PRUN) do qual nossa Igreja é membro, desde 2003, não arca com despesas de mensalidades, taxas, matrículas, auxílio moradia ou qualquer outro custo ligado ao sustento de aspirantes ou candidatos.

4.     Responsabilidades do aspirante (durante o ano de observação/preparo):
4.1.  ler a Bíblia toda
4.2.  sob a orientação do Pastor da Igreja, escolher e ler sete livros entre os seguintes: “O peregrino”, J. Bunyan – “Mais que um carpinteiro”, J.Mcdowl – “Em seus passos o que faria Jesus”, R. Sheldon – Seguir a Jesus, o mais fascinante projeto de vida”, Cáio Fábio – “Celebração da disciplina”, R.Foster – “Icabode”, R.Amorese – “A luta”, J.White – “Lições aos meus alunos”, C.H.Spurgeon – “Ministério Ideal”, C.H.Spurgeon – “Obreio aprovado”, R.Baxter – “Liderança espiritual”, O.Sanders – ‘” Discipulado espiritual”, O.Sanders – “Até os confins da terra”, R.Tucker – “Cristianismo através dos séculos”,  E.Carns
4.3.  fazer as leituras e estudos que lhe permitam comprovar maturidade, desenvolvimento sócio-cultural e eclesial e facilidade para expor a Bíblia, dar aulas na E.B. Dominical, pregar o Evangelho, dirigir reuniões, com relativo conhecimento bíblico, conhecimento da Igreja, inclusive administração e governo, doutrina, sacramento e ministério
4.4.  concluir ou Ter concluído o 2º grau ou equivalente, legalmente comprovado
4.5.  apresentar relatório periódico e anual de suas atividades ao Conselho da Igreja.

De “Aspirante” para “Candidato”

5.     Responsabilidades do aspirante:
5.1.  relatório detalhado das atividades realizada durante o ano de observação e preparação
5.2.  declaração de leitura da Bíblia toda e de sete dentre os livros indicados
5.3.  atestado de sanidade física, por profissionais indicados pelo Presbitério
5.4.  atestado de sanidade mental, por profissionais indicados pelo Presbitério
5.5.  certificado de conclusão do 2º grau ou equivalente; no Presbitério Unido (PRUN), ao qual pertence nossa Igreja, desde 2003, é exigido grau superior reconhecido pelo MEC
5.6.  curriculum vitae

6.     Responsabilidades do Conselho da Igreja:
6.1.  declaração de membresia, contendo data de profissão de fé e de recepção como membro
6.2.  relatório sobre o “modus faciente” e “modus vivendi” do aspirante quanto a sua recepção, período, trabalho designado, periodicidade de avaliação  e parecer final
6.3.  carta encaminhando o aspirante ao Presbitério
6.4.  informações sobre a participação financeira da Igreja e família na formação do aspirante

7.     Responsabilidades do Presbitério:
7.1.  verificar se todos os requisitos foram cumpridos pelo aspirante e Conselho da Igreja
7.2.  verificar se todos os documentos foram entregues e estão corretos
7.3.  analisar os atestados de sanidade física e mental
7.4.  examinar o aspirante conforme o art. 116, da CI/IPB (“. . . o Concílio examinará o aspirante quanto aos motivos que o levaram a desejar o ministério; e, sendo satisfatórias as respostas, passará a ser considerado candidato.”)
7.5.  se aprovado, declarar como “Candidato”, designar Seminário onde estudará e, portanto, onde deverá prestar vestibular, e nomear tutor eclesiástico.

Do Candidato e do Tutor:

8.     Responsabilidades do candidato:
8.1.  informar mensalmente o Tutor sobre problemas, dificuldades e atividades, práticas pastorais e eclesiásticas
8.2.  comunicar ao Tutor quaisquer decisões quanto a vida pessoal, inclusive de natureza espiritual e afetiva
8.3.  cientificar o Tutor de obras teológicas e/ou de cultura geral, solicitando inclusive, se for o caso, sugestões bibliográficas específicas
8.4.  comunicar ao Tutor problemas de saúde, se houver
8.5.  comparecer a todas as reuniões ordinárias do Presbitério.

9.     Responsabilidades do Tutor:
9.1.  acompanhar o candidato em sua vida acadêmica, vocacional e espiritual naquilo que se fizer necessário
9.2.  comunicar ao Presbitério (Comissão Permanente de Candidatos) os problemas cujas soluções não conseguir pessoalmente
9.3.  atender ao candidato em suas necessidades referidas no item 8.1. acima
9.4.  participar das reuniões trimestrais da Comissão Permanente de Candidatos
9.5.  prestar relatório trimestral à C.P. de Candidatos dentro de espírito destas normas
9.6.  orientar o candidato e prover campos para a prática pastoral, caso o candidato não consiga
9.7.  contribuir, com todo empenho, para o crescimento intelectual, espiritual e teológico do candidato
9.8.  relacionar o candidato do melhor modo possível com o Presbitério e suas Igrejas
9.9.  determinar que o candidato esteja presente a todas as reuniões ordinárias do Presbitério, prestando serviços e se familiarizando com os trabalhos conciliares. 


Fonte: - Boletim Informativo da 40ª Reunião Ordinária do Presbitério Unido – 10 a 12/02/2000.    
- Resolução n.º 20 - Manual do Aspirante, do Candidato e do Tutor
- Boletim Informativo da 48ª Reunião Ordinária do Presbitério Unido – 29 e 30/11/2002
- Resolução n.º 6.


ACERVO FOTOGRÁFICO


Rev. Ashbel Green Simonton
Fundador do presbiterianismo
no Brasil em 1859

Rev. José Manoel da Conceição
1º pastor presbiteriano brasileiro

Rev. Roberto Brasileiro Silva
Presidente do Supremo Concílio
da Igreja Presbiteriana do Brasil

Imposição das mãos na ordenação de um
pastor presbiteriano

Após a ordenação, o pastor presbiteriano faz
 sua primeira impetração da bênção apostólica

Seminário Presbiteriano do Sul (Campinas, SP)

Seminário Presbiteriano do Norte (Recife-PE)

Seminário Presbiteriano Rev. José 
Manoel da Conceição (São Paulo,  SP)

Universidade Presbiteriana Mackenzie
 (São Paulo, SP)

Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro

Igreja Presbiteriana de Sorocaba (Centro)


Vídeo - Jubilação do Reverendo Leocádio Carpiné


JUBILAÇÃO

A jubilação do pastor presbiteriano acontece quando o obreiro completa setenta anos de idade. Até pouco tempo era compulsória, porém agora é facultativa. 
No vídeo que mostramos sobre a jubilação do pastor Carpiné temos a cerimônia oficial que a Igreja Presbiteriana do Brasil realiza, homenageando assim seu ministro que deixa a ativa, porém não o impede de continuar pregando, ensinando e participando dos concílios da igreja.



AGRADECIMENTO


Agradecemos o Reverendo Manoel Peres Sobrinho, decano do Presbitério Leste Sorocabano, o qual foi nosso pastor nas Igrejas Presbiterianas de Alumínio e de Mairinque.
Sempre muito gentil, foi ele quem nos enviou o material didático que utilizamos para fazer este trabalho.

Natural de Votorantim, o Reverendo Manoel fez seu curso teológico no Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas e mestrado na Universidade Mackenzie.


CONCLUSÃO

         Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.

        Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação, ou por mensagem no Facebook.

SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM



Wilson do Carmo Ribeiro é industriário aposentado, pedagogo e historiador diletante. 
É presbítero em exercício da Igreja Presbiteriana do Brasil, servindo atualmente na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com


QUINTO ENCONTRO DE CONJUNTOS E QUARTETOS MASCULINOS NA IGREJA PRESBITERIANA DE CAMPO LARGO EM SALTO DE PIRAPORA

  APRESENTAÇÃO Aconteceu dia 30-04-2011 com início às 19 h 30 minutos na I.P. de Campo Largo em Salto de Pirapora o 5º Encontro de Conjuntos...