APRESENTAÇÃO
Um dos mais conhecidos pastores da Igreja Presbiteriana
do Brasil na atualidade é sem dúvida o Reverendo Hernandes Dias Lopes. Isto
talvez seja em grande parte devido ao seu programa no qual ele faz pregações na
TV.
Nesta postagem reproduzimos um de seus sermões, baseado
em um dos textos mais conhecidos da Bíblia, qual seja, Lucas 15. 11-32,
conhecido como A Parábola do Filho Pródigo.
Mas, na verdade, o pregador aborda neste sermão, não o “filho
perdido” mas o irmão dele. Aquele que não soube se alegrar com a volta do seu
irmão, para o qual o pai mandou fazer uma festa por teer voltado à casa da
família.
Aprendamos com o ilustre pastor:
“PERDIDO DENTRO DA
IGREJA
INTRODUÇÃO
1. Jesus contou
três parábolas sobre a alegria do encontro
a) A ovelha
perdida que foi encontrada – O pastor chama a todos para se alegrarem.
b) A moeda
perdida que foi encontrada – A mulher chama seus vizinhos para se alegrarem.
c) O filho
perdido que voltou para casa – O pai oferece uma festa e se alegra. Nessas três
parábolas a única pessoa que não está alegre e feliz é o irmão mais velho do
pródigo.
2. No meio dessa
festa do encontro, do resgate, da salvação há uma voz que destoa
O filho mais
velho está triste, porque o Pai recebeu o filho pródigo com alegria.
O filho mais
velho está irado, porque o Pai é misericordioso.
O filho mais
velho está do lado de fora, enquanto o filho pródigo está dentro da Casa do
Pai.
3. O perigo de
se estar na Casa do Pai, dentro da Igreja e ainda estar perdido
Esse filho
representou os escribas e fariseus que se consideravam santos e desprezavam os
outros.
Esse filho
representa aqueles que estão dentro da igreja, obedecendo a leis, cumprindo
deveres, sem se enveredar pelos antros do pecado, pelos corredores escuros do
mundo e ainda assim, estão perdidos.
Ilustração: O
jovem rico – criado na sinagoga, cumpria os mandamentos, mas estava perdido.
I. VIVE DENTRO
DA IGREJA, MAS DESOBEDECE OS DOIS PRINCIPAIS MANDAMENTOS
Jesus ensinou
que os dois principais mandamentos da lei são amar a Deus sobre todas as coisas
e amar o próximo como a si mesmo. Esse filho quebrou esses dois mandamentos:
ele nem amou Deus, representado pelo Pai e nem o seu irmão.
Ele não perdoou
o Pai por haver recebido o filho pródigo, nem perdoou o irmão pelos seus erros.
Há pessoas que
estão na igreja, mas não têm amor por Deus nem pelos perdidos. Estão na igreja,
mas não amam os irmãos.
II. VIVE DENTRO
DA IGREJA, MAS ESTÁ CONFIADO NA SUA PRÓPRIA JUSTIÇA
Ele era veloz
para ver o pecado do seu irmão, mas não enxergava os seus próprios pecados. Ele
era cáustico para condenar o irmão, enquanto via-se a si mesmo como o padrão da
obediência.
Os fariseus
definiam pecado em termos de ações exteriores e não atitudes íntimas. Eles eram
orgulhosos de si mesmos. Como o profeta Jonas, esse filho mais velho obedecia
ao Pai, mas não de coração. Ele trabalhava com intensidade, mas não por amor.
III. VIVE DENTRO
DA IGREJA, MAS NÃO É LIVRE
Ele não vive
como livre, mas como escravo. Sua religião é rígida. Ele obedece por medo ou
para receber elogios. Faz as coisas certas com a motivação errada. Sua
obediência não provém do coração.
Ele anda como um
escravo (v. 29). O verbo é douleo = servir como escravo. Ele nunca entendeu o
que é ser filho. Nunca usufruiu nem se deleitou no amor do Pai.
Ser crente para
ele é um peso, um fardo, uma obrigação pesada. Ele vive sufocado, gemendo como
um escravo.
Está na igreja,
mas não tem prazer. Obedece, mas não com alegria. Está na Casa do Pai, mas vive
como escravo.
IV. VIVE DENTRO
DA IGREJA, MAS ESTÁ COM O CORAÇÃO CHEIO DE AMARGURA
1. Complexo de
santidade X Rejeita os marginalizados – v. 29,30
Ele estava
escorado orgulhosamente em sua religiosidade, arrotando uma santarronice
discriminatória. Só ele presta; o pai e o irmão estão debaixo de suas acusações
mais veementes.
Sua mágoa começa
a vazar. Para ele quem erra não tem chance de se recuperar. No seu vocabulário
não tem a palavra perdão. Na sua religião não existe a oportunidade de
restauração.
2. Sente-se
injustiçado pelo pai
Acusa o pai de
ser injusto com ele, só porque perdoou o irmão. Na religião dele não havia
espaço para a misericórdia, perdão e restauração.
Ele se achava
mais merecedor que o outro. Sua religião estava fundamentada no mérito pessoal
e não na graça. É a religião da lei, do legalismo e não graça nem da fé que
opera pelo amor.
3. Ele não
perdoa nem restaura o relacionamento com o irmão – v. 30
Ele não se refere
ao pródigo como irmão, mas diz: “Esse teu filho”.
A Bíblia diz que
“quem não ama a seu irmão até agora está nas trevas”.
Ele desconhece o
amor. Ele vive mergulhado no ressentimento. Ele vê seu irmão como um rival.
4. O ódio que
ele sente pelo irmão não é menos grave que o pecado de dissolução que o pródigo
cometeu fora da igreja – Gl 5.19-21
A bíblia fala
sobre três pecados na área da imoralidade e usa nove na área de mágoa,
ressentimentos, ira.
A falta de amor
é um pecado tão grave como o pecado da vida imoral e dissoluta.
5. O
ressentimento o isolou do Pai e do irmão
Quando uma
pessoa guarda ressentimento no coração pelo irmão que falhou, perde também a
comunhão com o Pai.
Ele se recusa a
entrar, fica fora da celebração. Mergulha-se num caudal de amargura.
Ele diz para o
Pai: “Esse teu filho”. Mas o Pai o corrige e diz-lhe: “Esse teu irmão” (v.
30,31).
V. VIVE DENTRO
DA IGREJA, NA PRESENÇA DO PAI, MAS ANDA COMO SOLITÁRIO – V. 31
Ele anda sem
alegria, sem amor, sem prazer. Vive na Casa do Pai, mas sente-se escravo. Está
na Casa do Pai, mas não tem comunhão com ele.
Quantos estão na
igreja, mas nunca sentem o amor de Deus, a alegria da salvação, o prazer de
pertencer a Jesus, a doçura do Espírito Santo. Vivem como órfãos: sozinhos,
curtindo uma grande solidão e insatisfação dentro da Casa do Pai.
VI. VIVE DENTRO
DA IGREJA, MAS NÃO SE SENTE DONO DO QUE É DO PAI – V. 31
1) Ele era rico,
mas estava vivendo na miséria. Muitos hoje estão vivendo um cristianismo pobre.
Vivem sem alegria, sem banquete, sem festa na alma, trabalhando, servindo, mas
sem alegria;
2) Deus tem uma
vida abundante – Jo 10.10;
3) Deus tem rios
de água viva – Jo 7.38;
4) Deus tem as
riquezas insondáveis do evangelho – Ef 3.14
5) Deus tem a
suprema grandeza do seu poder – Ef 1.19
6) Deus tem a
paz que excede todo o entendimento – Fp 4.7
7) Deus tem
alegria indizível e cheia de glória – 1 Pe 1.8
8) Deus tem vida
de delícias para a sua alma.
Esse filho não
tem nenhum proveito na herança do Pai. Ele nunca fez uma festa. Nunca celebrou
com seus amigos. Nem sequer um cabrito, ele comeu. Ele nunca saboreou as
riquezas do Pai.
Ele não tem
comunhão com o Pai: É como Absalão, está em Jerusalém, mas não pode fazer a
face do Rei.
Ele está na
igreja por obrigação. Ele não toma posse do que é seu.
Ilustração: o
homem que fez um cruzeiro de Navio e levou o seu lanche. Vendo as pessoas
comendo os pratos mais deliciosos, guardou dinheiro para comer uma boa refeição
no último dia. Só então ficou sabendo que todos aqueles banquetes já estavam
incluídos.
CONCLUSÃO
O mesmo Pai que
saiu ao encontro do filho pródigo para abraçá-lo, sai para conciliar este filho
(v. 31).
O remédio para
esse filho era o mesmo para o outro: confessar o seu pecado.
Mas ele ficou do
lado de fora. Agora perdido dentro da Casa do Pai.
Não fique do
lado de fora. Venha e desfrute da festa que Deus preparou!”
Hernandes Dias Lopes, natural de Nova Venécia-ES é casado com Udemilta Pimentel Lopes, pai de Thiago e Mariana.
Fez o seu curso de Bacharel em Teologia no Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas-SP no período de 1978 a 1981 e o seu Doutorado em Ministério no Reformed Theological Seminary, em Jackson, Mississippi, nos Estados Unidos no período de 2000 a 2001.
Foi pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Bragança Paulista no período de 1982 a 1984 e desde 1985 é o pastor titular da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória-IPB.
É conferencista e escritor, com mais de 70 obras publicadas.
Fez o seu curso de Bacharel em Teologia no Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas-SP no período de 1978 a 1981 e o seu Doutorado em Ministério no Reformed Theological Seminary, em Jackson, Mississippi, nos Estados Unidos no período de 2000 a 2001.
Foi pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Bragança Paulista no período de 1982 a 1984 e desde 1985 é o pastor titular da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória-IPB.
É conferencista e escritor, com mais de 70 obras publicadas.
CONCLUSÃO
Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.
Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação, ou por mensagem no Facebook.
SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM
É presbítero em exercício da Igreja Presbiteriana do Brasil, servindo atualmente na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com
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