segunda-feira, 21 de março de 2016

ALUMÍNIO - SP: A VIDA DA POPULAÇÁO NAS ÚLTIMAS DÉCADAS DO SÉCULO PASSADO

APRESENTAÇÃO

         Tenho escrito sobre aspectos históricos da cidade de Alumínio, que era um bairro do município de São Roque quando cheguei nessas paragens com minha família, ou seja, no final do ano de 1958, oriundos de Ipaussu, SP.
         Eu era alguém no final da adolescência e trabalhava em conjunto com meus pais e um de meus irmãos (Nilson). Assim, fizemos tijolos para o Sr. Paulo Dias, então Chefe do Escritório da CBA. Com esses tijolos ele construiu o restante das casas que desejava na vila que era dele e leva seu próprio nome.
         Admitido na CBA como Ajudante em 1960, me aposentei em 1991 como Assistente Administrativo. Estudei, me tornei pedagogo e atuei paralelamente na Educação por 15 anos. Procurei participar da vida político-administrativa da localidade e atuei também no segmento religioso como presbiteriano que sou. Em novembro de 2014 fui agraciado com o título de Cidadão Aluminense, o que muito me honrou.
         A partir de 2010 passei a divulgar no Blog do Ribeiro algumas coisas que já havia escrito sobre a localidade de Alumínio e auto-intitulei-me Historiador diletante, que significa historiador amador (para ser historiador oficialmente precisaria ter licenciatura em História e mestrado).
         Neste trabalho, desmembro um dos aspectos daquele que considero o mais completo que fiz sobre Alumínio, cujo nome é Alumínio – História Ilustrada do Município. (http://wilson-ribeiro.blogspot.com.br/2012/12/aluminio-historia-ilustrada-do-municipio.html
            Vamos então ao que nos interessa nesta postagem, qual seja, os aspectos sociológicos da vida em Alumínio em tempos passados.


ALUMÍNIO EM FINS DOS ANOS CINQUENTA

No final da década de cinqüenta o então Bairro de Alumínio contava apenas com a Vila Industrial, bem menor do que a que existiu até alguns anos atrás e a Vila Paulo Dias. Entre os dois núcleos existia pouca coisa: A propriedades dos irmãos Cerioni (Dário e José) a casa do Sr. Benedito (filho de José Cerioni), a capela de Santa Luzia, um bar construído nas proximidades da capela e algumas casas de madeira pertencentes à CBA no terreno aonde anos mais tarde seria construída a nova igreja de São Francisco de Paula.
         A família Cerioni, que sempre se destacou pela atividade comercial na comunidade, possuía dois pomares entre as duas vilas citadas: um que margeava a rua de terra, formado por laranjeiras e outro constituído por pereiras e que ficava entre a atual Rua José Cerioni e a Rua Abel Souto.
Alguns anos mais tarde foi feito o loteamento do terreno existente entre a capela e a Vila Paulo Dias, e que veio a se chamar Vila Santa Luzia, a qual teve rápido adensamento.
         Depois da Vila Paulo Dias não existia nada, a não ser o posto de pedágio na Rodovia Raposo Tavares, onde hoje fica o trevo da entrada da vila do mesmo nome. É por isso que a vila se chama Pedágio.
         Onde hoje fica a vila Paraíso existia apenas uma granja e apiário, que se chamava Paraíso e deu origem ao nome da vila. Um advogado conhecido como Dr. Robertinho (Robert Philipe Lacroix)
 era o proprietário das terras.
O Jardim Progresso surgiu como “Pedaginho” e se tornou uma progressista e bela vila no extremo oeste do Distrito.
O Jardim Olidel surgiu já na década de setenta, resultado de um loteamento mais ao alto, á direita da Rodovia Raposo Tavares, sentido capital-interior e hoje é bastante populoso.

(Texto escrito originalmente em 1989).




A CONSTRUÇÃO DA FÁBRICA E O SURGIMENTO DA VILA INDUSTRIAL

Quando a Cia. Brasileira de Alumínio construiu sua fábrica na década de 1940 ela edificou paralelamente casas para os que trabalhavam na obra. Para isso ela criou em sua estrutura um Departamento de Obras – Construção Civil.
Além de proporcionar moradia para os trabalhadores próximo ao local das obras, a CBA tratou também de proporcionar a infra-estrutura necessária para que a pequena população pudesse viver e desenvolver suas atividades no trabalho e em sociedade.
Assim, ela edificou prédio para a Igreja católica, cinema, armazém, quitanda, açougue, delegacia de polícia, grupo escolar, posto de puericultura, ambulatório médico e campo de futebol.
A vila foi sendo ampliada conforme a fábrica foi se expandindo e na década de 1970 contava com mais de quinhentas e quarenta unidades residenciais. Além das residências propriamente ditas, havia os alojamentos para solteiros, uma república para técnicos e outra para engenheiros. A CBA cedia ainda com aluguel simbólico prédios para farmácia, barbearia, quitanda, padaria e um bar que servia lanches.
Também funcionavam na Vila Industrial a Delegacia de Polícia com uma pequena cadeia nos fundos, Correio, Biblioteca Pública, Cooperativa de Crédito e durante algum tempo um hospital e maternidade bem equipado.

O hospital foi desativado, mas a fábrica firmou convênio com hospital de São Roque e os médicos atendiam em algumas das dependências dele. Já o ambulatório médico atendia os empregados da fábrica e seus familiares, contando com um médico clínico e uma equipe de enfermeiros. A fábrica sempre manteve também uma equipe 
de serviço social com profissionais aptos para o encaminhamento de pacientes que necessitassem de tratamento mais agudo fora de Alumínio.


UMA SOCIEDADE ESTRATIFICADA

A Vila Industrial era constituída por setores: Havia o setor onde moravam o diretor, o médico, o advogado e os engenheiros. O outro setor abrigava os chefes de departamentos, técnicos e encarregados, geralmente ligados às áreas de mecânica, eletricidade e produção. Depois vinha o setor onde moravam outros profissionais especializados e por último aqueles com menor grau de especialização.
Essa setorização se refletia na vida social da comunidade, pois o poder aquisitivo era diferenciado entre os moradores deste ou daquele setor. As amizades dos descendentes, via de regra, também se desenvolviam seguindo esse caminho. Passados quatro décadas, através dos meios sociais os ex aluminenses se reencontram e mantém essa amizade, digamos, meio setorizada.
Se a empresa era quem fornecia as casas, a água, a manutenção das residências e os contratos de locação eram vinculados ao contrato de trabalho era natural que ela fizesse valer seus princípios em relação ao comportamento que se esperava de cada morador e sua família. Dessa forma era raro uma ocorrência policial envolvendo moradores do bairro.
Havia  uma política no sentido de premiar com emprego os filhos que estudavam e iam bem na escola, enquanto que os que perdiam o ano escolar saíam da fábrica para dar lugar aos que tinham aproveitado bem o ano letivo. O próprio diretor, no caso o Engº Antonio de Castro Figueirôa que dirigiu a fábrica entre 1955 e 1985 fazia questão de assinar mensalmente os boletins dos filhos dos empregados.
Com isso, ele conhecia não só os trabalhadores mas também os filhos que em geral, se tornavam também empregados na usina e recebiam isso como um prêmio.
Lendo esse relato, é possível concluir que a empresa acabava por assumir um papel que normalmente seria do Estado. É o que em Sociologia se chama de “Privatização do Poder”. 
Um interessante trabalho sobre essa temática foi escrito pelo sociólogo Sergio Sanandaj Mattos na revista Sociologia (Editora Escala), edição nº 39, Fev-Março/2012.
Sergio Sanandaj Mattos é sociólogo, professor e ex diretor da Associação dos Sociólogos do Estado de São Paulo (Asesp). É co-autor do livro Sociólogos & Sociologia, História s das suas entidades no Brasil e no mundo.
É interessante ressaltar que a grande maioria das pessoas que trabalharam e residiram em Alumínio em décadas passadas, entre as quais eu me incluo, guarda agradáveis recordações, tanto da vivência no trabalho como das amizades desenvolvidas na cidade. Tanto que existe hoje um grupo numa das redes sociais com o nome de “Amigos Antigos”, o qual cresce a cada dia e onde essas pessoas postam fotos daqueles tempos e fazem seus comentários, demonstrando muita satisfação com tudo isso.
Somos, ex moradores de Alumínio, estamos residindo fora de lá (Sorocaba, Mairinque, São Roque, São Paulo, em outros estados da federação e até mesmo fora do país.) Mas um sentimento comum nos une e  nos mantém em contínua comunhão de ideais, proporcionando-nos a alegria  de relembrar aqueles tempos em que vivemos na “terra do metal branco”. 





ACERVO FOTOGRÁFICO ILUSTRATIVO




Construção da CBA - Anos 40

CBA em 1944


Dr. Antonio de Castro Figueirôa
Diretor Industrial da CBA - 1955/1985)


Vista aérea da CBA


Vista parcial da Vila Industrial


Prof. João Loureiro Miranda
Diretor do Grupo Escolar


Clotildes Santana e Nancy Barros Gregoris
Professoras

Padaria do Neco

Bar e Lanches da AAA

Armazém (primeiramente da CBA,
 posteriormente do SESI)

Sr. Jair Mendes (Massa) com a esposa
dona Ruth (dono de babearia)


Vicente Botti (dono de quitanda)


Que foi sucedido pelo filho Clóvis


Restaurante da Vovó
Na casa do Sr. Francisco Cândido de Oliveira
(Velho Chico)


Vendedor ambulante (Sr. Pedro)


Lanches da dona
Maria Ferraz Machado

Vicente Metidieri 
(Delegado de Polícia
e funcionário da CBA)


Edson Euzébio de Araújo
(com a esposa dona Edméia)
Comissário de Menores

Estação Ferroviária


Rua Moraes do Rego - Principal acesso à fábrica

Igreja de São Francisco de Paulo





Piscina da Associação Atlética Alumínio



Hospital Maria Regina


Dr. Eno Lippi - Médico da CBA
(Atendimento aos funcionários
 e famílias)


João Batista de Andrade
(da equipe de enfermeiros)





Sra. Honorina Rios de Carvalho Melo
(Clube de Mães e Moca)

Desfile cívico

Grupo de Escoteiros "Lindolfo Pio da Silva Dias"


Sr. João Sabby (com a esposa dona
 Aparecida) - Chefe do Grupo de Escoteiros
Foi também fotógrafo e proprietário de
banca de joranis

Cine Alumínio

Programa de Calouros no Cine Alumínio
 comandado pelo Prof. José Bento dos Santos
nas manhãs de domingos

Evento Social - Concurso Miss 
Alumínio


Conjunto Musical "Os Liberais"
(liderado pelo Salvador Mariano do Nascimento)

Sra. Noêmia Cursio (com o esposo José) foi
funcionária do Poto de Puericultura.


Panfleto sobre o funcionamento
do Posto de Puericultura

Engº João Porphirio Sarmento
Fundador da Cooperativa de Crédito


Casas na Vila Industrial (1)


Casas na Vila Industrial (2)


Casas na Vila Industrial (3)


Casas na Vila Industrial (4)




MUDANÇAS ALTERARAM O VISUAL DA VILA



Muitas casas foram demolidas pela direção
da Cia. Brasileira de Alumínio


Para a implantação de estacionamento de
automóveis ou pátio de carretas


E implantação de projetos ambientais



O COMÉRCIO NA VILA SANTA LUZIA, PAULO DIAS E NAS DEMAIS QUE SURGIRAM COM O DECORRER DO TEMPO


         Com o surgimento do loteamento que recebeu o nome de Vila Santa Luzia e outras posteriormente, a CBA aproveitou para  acabar com a cessão de imóveis para fins comerciais na Vila Industrial.
         Assim, o comércio, antes centrado na vila da fábrica deslocou-se para as propriedades particulares, como demonstro através desta sequência 
fotográfica.


VILA SANTA LUZIA - PREEXISTENTE AO LOTEAMENTO


Capela de Santa Luzia

Vista aérea das propriedades da família Cerioni 
(ao fundo - residências e comércio)


Nota Fiscal do Armazém do
Sr. José Cerioni

Os irmãos Hamilton e Joaquim Cerioni sucederam
o pai Dário no ramo de açougue e leiteria



Assim como o caçula Valderi
(foto atual)



Neste prédio onde hoje funciona
um restaurante



 Luzia (Bida) Cerioni Fabiani
Bazar


Residência do Sr. Benedito Cerioni e família

APÓS O LOTEAMENTO



O árabe-descendente Salim 
Bohazi Jacob atuou no
 comércio de horti-frutis



Neusa Cerioni Duarte, na foto com o esposo
José Henrique - estabeleceu-se com loja de
tecidos na Vila Santa Luzia. A irmã dela, Alzira,
com loja de calçados na mesma vila

 João Xavier de Lima
Móveis e Eletrodomésticos 
na Vila Sta. Luzia

Carlos Rodrigues da Paz
 Barbearia


Outra barbearia, a do 
Sr. Lucídio P. Nascimento


Loja de Eletrodomésticos
Benedito de Souza Filho



Restaurante da família Watanabe

Loja do Geraldo Xavier de Lima

Paulo Simões
Farmácia

Esdras José T. Penna
Posto de combustíveis


Arlindo Taraborelli 
Armazém de Secos e Molhados
(funcionou anteriormente em Pantojo)


Natalino Taraborelli
Supermercado

Sucedido pelo filho Valdemir

Bar do Boiadeiro


Dra. Lais Lippi Ciantelli 
Odontologia


Bar do João Paulo Tibúrcio (ao centro, à direita do violeiro)
Promovia festivais sertanejos - Vila Paulo Dias 


Jairo Antunes dos Santos
Vila Paulo Dias (Mercearia)


José Aparecida Tisêo
Comércio de gêneros alimentícios
(Vila Pedágio)

Maurel Miller
Oficina Mecânica de autos
(Vila Pedágio)

Outros comerciantes se estabeleceram nas Vilas Santa Luzia e Paulo Dias, dos quais não temos fotos mas podemos citar como: Bar Divino Mestre, do Sr. João Pereira Gusmão, Restaurante da Família Coan, Mercearia do Sr. Ezequiel Miguel de Melo,Loja da Japonesa, Consultório Odontológico do Dr. Kenji Tutya, etc.


EXPANSÃO DA CIDADE

         Alumínio progrediu com o surgimento de muitos bairros. Seu comércio, antes restrito à Vila Industrial se expandiu pelas mais antigas, quais sejam Santa Luzia e Paulo Dias e depois para os demais bairros que surgiram como Brasilina, Paraíso, Pedágio, Progresso, etc.
         Como transferi residência para a vizinha cidade de Mairinque em 1980 e desliguei-me do trabalho em Alumínio em 1991, perdi o contato mais direto com a localidade e por causa disso não ouso historiar sobre essa terra hospitaleira após esses acontecimentos.
         No entanto, utilizando-me das redes sociais, é raro um dia que não posto alguma coisa sobre o então Município de Alumínio, condição que a localidade conquistou em 1991, tendo seu próprio governo municipal. Antes disso, em 1980, Alumínio se tornara um distrito de Mairinque


CONCLUSÃO

         Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.
        Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação, ou por mensagem no Facebook.


SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM



Wilson do Carmo Ribeiro é industriário aposentado, pedagogo e historiador diletante. 
É presbítero em exercício da Igreja Presbiteriana do Brasil, servindo atualmente na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com





















sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

SOROCABA -SP - UNISO - HISTÓRIA ILUSTRADA

APRESENTAÇÃO

         Quando concluí meus estudos de segundo grau no Liceu Pedro II em Sorocaba, parti para a realização de um grande sonho – o curso superior. Isto foi no ano de 1970. O primeiro grau eu fiz na Associação Cristã de Moços de Sorocaba - ACM - Madureza, com exames em Itu-SP e no Colégio Prof. Júlio Prestes de Albuquerque (Estadão) em Sorocaba, onde recebi meu certificado de conclusão.
         Meu grande desejo era cursar História. Ocorre que na Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Sorocaba esse curso não era disponível no período noturno e de dia eu trabalhava na Cia. Brasileira de Alumínio.
         Prestei vestibular para Pedagogia e fui muito bem sucedido, colocando-me entre os primeiros classificados, isto no ano de 1971, quando já tínhamos três filhos. Concluí meus estudos com licenciatura plena em Pedagogia com habilitação em Orientação Pedagógica e Educacional.
         Por sua vez, minha esposa Claudineide Marra Ribeiro fez nessa mesma faculdade o curso de Letras – Licenciatura Plena –Português/Inglês nos anos de 1980 a 1982. Ela se tornou professora na rede estadual e se aposentou em 2009.
Eu, por trabalhar de dia na Cia. Brasileira de Alumínio optei por trabalhar no curso noturno do Supletivo Municipal (Mairinque e Alumínio) de 1975 a 1985, tendo lecionado ainda no Sistema Educacional Barão em São Roque. 

HISTÓRICO DA UNISO

 A origem da Uniso foi a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Sorocaba, criada como Faculdade Municipal, em 1951, mas que só começou a funcionar quando o Bispado de Sorocaba aceitou a responsabilidade de administrá-la, sem qualquer ônus, em 1954, com os dois primeiros cursos: Pedagogia e Letras Neolatinas. No ano seguinte, três novos cursos: Filosofia, Geografia e História. Começo modesto e, paradoxalmente, brilhante para a época, com professores vindos de São Paulo e do exterior, e cursos de tempo integral, manhã e tarde, em prédio cedido pela Prefeitura, onde hoje está o câmpus Trujillo. De 1958 a 1988, atendendo às demandas sociais de Sorocaba e Região, foram criados, além de Matemática, três cursos na área das Ciências Sociais Aplicadas, a saber: Administração de Empresas, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas, desenvolvendo-se, paralelamente, muitas atividades de extensão ligadas aos nove cursos de graduação então existentes. Contando já com bom potencial acadêmico, reconhecido pela sociedade local, foram oferecidos os primeiros cursos de pós-graduação lato sensu, em 1973, com grande incremento a partir da década de 80, nas áreas de Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e Linguística, Letras e Artes. Em 1988, a Fundação Dom Aguirre, mantenedora das duas Faculdades então existentes, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e a Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas, com base na legislação da época e na inexistência de universidade estatal na cidade, houve por bem iniciar o processo de transformá-las em Universidade. Foram seis anos de um trabalho preparatório muito proveitoso, com a orientação qualificada de uma Comissão Especial do Conselho Federal de Educação. O primeiro passo foi a constituição, em 1992, das Faculdades Integradas Dom Aguirre -Fida e, em 1994, pela Portaria Ministerial nº 1.364, de 13 de setembro de 1994, publicada no Diário Oficial em 15 de setembro de 1994, chegou-se à criação da Uniso, Universidade Comunitária, voltada para a formação de profissionais éticos e competentes, à luz dos princípios cristãos. A partir de 1995, a Uniso criou os cursos de Análise de Sistemas, Direito e Comunicação Social com as habilitações em Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas; Administração em Comércio Exterior, Letras, com habilitação em Português/Espanhol, Hotelaria, Turismo, Terapia Ocupacional, Farmácia, Sistemas de Informação, Nutrição, Ciência da Computação, Física, Teatro: Arte/Educação, Química, Biotecnologia e vários Cursos Tecnológicos. Em 1999, foi inaugurada a Cidade Universitária, terceiro câmpus, depois do Trujillo e do Seminário. Em 2002, foi criada a Unidade Tietê, onde funcionaram os cursos de Pedagogia e Administração. Para comprovar fortemente seu status de Universidade, a Uniso, desde 2002, vem trabalhando também no desenvolvimento da pós-graduação stricto sensu, aumentando progressivamente o corpo docente de tempo integral e a publicação científica, podendo, assim, oferecer seu primeiro Mestrado, em Educação, recomendado pela Capes, tornando-se a primeira Universidade da Região a oferecer curso de pós-graduação stricto sensu. Em 2006, começaram a funcionar os Cursos Superiores de Tecnologia em Gestão de Marketing de Varejo, Gestão de Produção Industrial, Gestão Financeira, Design Gráfico e o bacharelado em Biotecnologia. Também, foi recomendado pela Capes o reconhecimento do curso de Mestrado em Comunicação e Cultura, na área de concentração em Mídias e com as Linhas de Pesquisa: “Comunicação Midiática” e “Produção Cultural Midiática”. Em 2007, os Cursos Superiores de Tecnologia em Gestão Ambiental, Gestão da Produção Industrial, Logística e Marketing revisaram suas denominações e seus Projetos PolíticoPedagógicos, em razão da necessidade de se adequarem ao Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia. Respeitando as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração e em Pedagogia, também em 2007, extinguiram-se as habilitações existentes nesses dois cursos. No mesmo ano, Comércio Exterior, antiga habilitação do curso de Administração, passa a ser oferecida como curso de graduação bacharelado. Em 2008, foram criados cinco cursos tecnológicos, a saber: Gestão de Equinocultura; Gestão da Qualidade; Design de Produto; Gestão de Tecnologia da Informação e Processos Químicos, e o bacharelado em Design. Também foi recomendado pela Capes, o reconhecimento do curso de Mestrado em Ciências Farmacêuticas. Em 2009, a Universidade iniciou o funcionamento dos Cursos Superiores de Tecnologia em Design de Interiores, Design do Produto e Gestão da Qualidade, além do bacharelado em Design. Em 2010, houve a posse de uma nova Reitoria, a primeira por eleição. Nesse sentido, houve a integração das Pró-Reitorias de Graduação, de Pós-Graduação e Pesquisa, e de Extensão e Assuntos Comunitários em uma nova Pró-Reitoria, a Acadêmica. Também houve a concentração da maior parte das atividades institucionais na Cidade Universitária e no câmpus Trujillo, ficando o câmpus Seminário com atividades de extensão e de atendimento à comunidade externa. Nesse ano, também iniciaram suas atividades os seguintes cursos de graduação: Arquitetura e Urbanismo, Artes Visuais, Dança, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Elétrica, Engenharia Química, Estética e Cosmética, Fisioterapia, Gestão Comercial, Música e Processos Gerenciais. Também, nesse ano, foi recomendado pela Capes o reconhecimento do primeiro Doutorado da Universidade, em Educação. Em 2011, o Conselho Universitário aprovou a criação do curso de graduação em Psicologia. Nesse ano, foi inaugurado o Bloco E da Cidade Universitária, com 14 (quatorze) salas de aula. Ainda, na Cidade Universitária, foram inaugurados o Laboratório de Eletricidade, no Bloco E, e os laboratórios de Materiais e de Materiais de Construção, no Prédio da Biblioteca, bem como o Laboratório de Fisioterapia e Enfermagem, no Bloco D. Em 2012, começou a funcionar o curso de Medicina Veterinária e foram inaugurados os laboratórios de Conforto Ambiental, de Pesquisa em Toxicologia – Lapetox, de Solos, de Estética, de Desenho e o Núcleo de Saúde; ainda, nesse mesmo ano, efetuou-se a parceria da Universidade com o Instituto Nextel, atuando no desenvolvimento de jovens, a fim de ampliar as oportunidades de inserção no mercado formal de trabalho. Em 2013, começaram a funcionar os cursos de graduação em Agronomia, Design de Moda, Educação Física (bacharelado), Engenharia de Alimentos, Engenharia de Bioprecessos e Biotecnologia, Engenharia de Materiais, Eventos, Geografia, Jogos Digitais, Letras: PortuguêsEspanhol, Psicologia, Química Industrial, Relações Internacionais e Segurança do Trabalho. Também nesse ano, foi recomendado pela Capes o curso de pós-graduação stricto sensu, Mestrado Profissional, em Processos Tecnológicos e Ambientais, e inaugurado o Bloco F, o maio prédio da Cidade Universitária, a qual recebeu a denominação de Cidade Universitária Professor Aldo Vannucchi. Quanto à Educação a Distância, ela vem se afirmando na Uniso, desde 2002, com o preparo da infraestrutura física e a formação específica de professores para oferta da modalidade semipresencial em vários componentes curriculares dos cursos de Graduação e de Especialização. Referente à Especialização, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP credenciou o curso de Especialização em Gestão Ambiental.

Fonte:  http://www.uniso.br/uniso/doc/historico_uniso.pdf


FOTOS ILUSTRATIVAS


Campus - Cidade Universitária


Campus Trujilo


Campus Seminário


Unidade de Tietê, SP


Dirigentes - Anos 50


Professor Aldo Vanuchi - Um 
dos idealizadores e principal
 organizador da universidade


Prof. Antonio Pedro Miziara
Professor de Estudos de Problemas
Brasileiros. Era monsenhor e se
tornou bispo de Bragança Paulista


Prof. Arthur Fonseca Filho
Professor em nosso curso


Prof. Luiz Almeida Marins Filho
Fez a primeira palestra para nossa
turma na condição de calouros
Assunto: Projeto Rondon


Minha colação de grau - Professor Lauro
Sanchez, diretor da FAFI (1973)


Colação de grau de minha esposa
Claudineide Marra Ribeiro -Diretor
da FAFI Prof. Aldo Vanucchi - 1982



CONCLUSÃO

         Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.
        Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação, ou por mensagem no Facebook.


SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM



Wilson do Carmo Ribeiro é industriário aposentado, pedagogo e historiador diletante. 
É presbítero em exercício da Igreja Presbiteriana do Brasil, servindo atualmente na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com




segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

SOROCABA - SP "A ARANHA DO VERGUEIRO"

APRESENTAÇÃO

         Recentemente publiquei na rede social Facebook uma foto da estrutura em concreto existente no Bairro Vergueiro em Sorocaba, a qual é popularmente chamada de “aranha do Vergueiro” devido ao seu formato parecido com aquele aracnídeo.
         Surgiram alguns comentários e entre eles, o de alguém querendo saber maiores detalhes a respeito, além daqueles que fizeram parte de minha postagem. Veio então a ideia de fazer algo mais mais amplo sobre o assunto. É o que apresento através deste trabalho.
         Todas as explicações a respeito do projeto e porque ele não prosseguiu, foram extraídos de informações disponibilizadas na Internet. Como são três artigos diferentes, ocorrem algumas informações repetidas.
         Por fim, em se tratando de um projeto que visava a edificação de um templo católico, quero deixar bem claro que meu trabalho é única e exclusivamente de cunho informativo.
         Boa visualização.


1 – MATÉRIA DO JORNAL CRUZEIRO DO SUL

O que foi – ou melhor – o que era para ser a “Aranha do Vergueiro”? A estrutura de concreto de 20 metros de altura foi o que restou do projeto inicial do Santuário de São Lucas. A estrutura está localizada junto ao Hospital Regional de Sorocaba no bairro Jardim Vergueiro, Zona Sul de Sorocaba.
Em uma cerimônia que ocorreu em 18 de outubro de 1959 (dia de São Lucas, santo padroeiro dos médicos), sob a benção do cardeal arcebispo de São Paulo, dom Armando Lombardi, a pedra fundamental da igreja foi colocada no local onde seria o futuro altar. Porém, o tempo passou e apenas a estrutura de concreto foi erguida no local.
O Santuário de São Lucas foi idealizado pelo monsenhor Antônio Misiara, que ocupava os cargos de assessor eclesiástico e professor de filosofia moral da Faculdade de Medicina de Sorocaba. A igreja foi projetada pela construtora Marna Ltda, de Curitiba, para ter a forma de uma cruz vermelha. O prédio seria apoiado sobre uma vasta plataforma de mármore, teria uma torre de 86 metros de altura e comportaria 1.100 pessoas sentadas e mil em pé.
O altar ficaria no centro da igreja. No subsolo seriam construídos um salão social, restaurante, cozinha, biblioteca e sala de conferência.
A igreja também reuniria, por meio da arte, a religião com a medicina. Estavam previstos quatro quadros em mosaico, vistos do interior da cúpula: a primeira intervenção cirúrgica (o Criador no ato de tirar a costela de Adão), a primeira intervenção clínica (São Rafael curando Tobias), o verdadeiro ideal da medicina (a cena do bom samaritano) e um quadro de São Lucas, patrono dos médicos.

“Antes, os carros paravam por lá, passava gente a pé. Por medida de segurança, essa área foi isolada”, relata um dos operadores do estacionamento.
O aposentado Paulino Ribeiro Rocha, 72, acompanhou de perto o início da construção do santuário. Na época, ele era um dos responsáveis por levar as pedras para a confecção do concreto. “Essa região era quase deserta. Não tinha essas casas ao redor, só mesmo o prédio da faculdade de Medicina”, comenta.
A armação de concreto lembra um pouco uma igreja somente quando venta pelos lados do Vergueiro. Basta chegar perto da armação de concreto para ouvir o som semelhante ao emitido por sinos. A causa é o contato dos vergalhões, distribuídos ao redor das colunas que sustentariam o santuário.

2 – BLOG DA 20ª TURMA DA FACULDADE DE MEDICINA DE SOROCABA

Quem não se lembra da famosa estrutura de concreto existente nas proximidades do Hospital Regional e que era conhecida como "a aranha"? Essa curiosa construção remanesce até hoje incompleta, certamente em decorrência da falta de recursos para que o seu projeto original pudesse ser concluído.

Sonho de um saudoso professor nosso, o querido Antonio Pedro Misiara, à época Monsenhor, ali se pretendia fosse erguido o Santuário de São Lucas dos Médicos do Brasil, dotado de um arrojado projeto arquitetônico, como se pode ver abaixo por sua maquete.


A maquete do santuário


Resta saber se a estrutura ainda terá alguma destinação ou se permanecerá ali por tempo indeterminado, apenas como símbolo de um sonho que não se concretizou.



3 – UM SONHO NÃO REALIZADO

Matéria de Giuliano Bonamim 
giuliano.bonamim@jcruzeiro.com.br
  

O sonho de construir o Santuário de São Lucas está prestes a completar 55 anos. A pedra fundamental do empreendimento foi instalada durante uma cerimônia ocorrida em 18 de outubro de 1959 e colocada onde ficaria o altar da igreja, sob a bênção do cardeal arcebispo de São Paulo, dom Armando Lombardi. A data não foi escolhida por acaso, pois marcava o dia de São Lucas, santo padroeiro dos médicos, além dos dez anos de fundação da Faculdade de Medicina de Sorocaba. O tempo passou, apenas a estrutura de concreto foi erguida e o local acabou apelidado pelo sorocabano como a "aranha do Vergueiro". 

A estrutura está presente em um terreno pertencente ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba. Ao redor dela funciona há dez anos um estacionamento particular, que aluga a área para a prestação do serviço. 

O operador de estacionamento Roberto Roma, 62 anos, diz que o concreto armado é uma atração para quem passa pelo local. "Por aqui vem muita gente de fora de Sorocaba, por causa do hospital, e sempre perguntam o que é isso", diz. "Tiram até foto", completa. 

A construção tem 20 metros de altura. Duas bases das vigas de sustentação ficam dentro do estacionamento. As outras duas estão fincadas do outro lado de um muro, na área onde foi construído o restaurante Bom Prato. 

Há também uma cerca que impede o acesso na parte de baixo da estrutura, no interior do estacionamento. Essa região está com o mato alto. Segundo Roma, a medida foi motivada depois de uma parte do concreto ter se desprendido e caído perto dos veículos. "Antes, os carros paravam por lá, passava gente a pé. Por medida de segurança, essa área foi isolada", relata. 

A armação de concreto lembra um pouco uma igreja somente quando venta pelos lados do Vergueiro. Basta chegar perto da armação de concreto para ouvir o som semelhante ao emitido por sinos. A causa é o contato dos vergalhões, distribuídos ao redor das colunas que sustentariam o santuário. 

O aposentado Paulino Ribeiro Rocha, 72, acompanhou de perto o início da construção do santuário. Na época, ele era um dos responsáveis por levar as pedras para a confecção do concreto. "Essa região era quase deserta. Não tinha essas casas ao redor, só mesmo o prédio da faculdade de Medicina", comenta. 

A técnica em enfermagem Karen Sabriano, 36, mora em Sorocaba e desconhecia a história da "aranha do Vergueiro". "Bonito não é, mas não deixa de ser um símbolo da cidade", relata. 

As obras no santuário tiveram início em 1960. Na edição de 19 de abril de 1964 do jornal Cruzeiro do Sul há uma foto que mostra a armação de madeira erguida para sustentar as vigas de concreto. Naquela época, a expectativa era entregar o santuário no prazo máximo de cinco anos. 

Mais de 2.000 fiéis

O Santuário de São Lucas foi idealizado pelo monsenhor Antônio Misiara, que ocupava os cargos de assessor eclesiástico e professor de filosofia moral da Faculdade de Medicina de Sorocaba. A igreja foi projetada pela construtora Marna Ltda, de Curitiba, para ter a forma de uma cruz vermelha. O prédio seria apoiado sobre uma vasta plataforma de mármore, teria uma torre de 86 metros de altura e comportaria 1.100 pessoas sentadas e mil em pé. 

O altar ficaria no centro da igreja. No subsolo seriam construídos um salão social, restaurante, cozinha, biblioteca e sala de conferência. 

A igreja também reuniria, por meio da arte, a religião com a medicina. Estavam previstos quatro quadros em mosaico, vistos do interior da cúpula: a primeira intervenção cirúrgica (o Criador no ato de tirar a costela de Adão), a primeira intervenção clínica (São Rafael curando Tobias), o verdadeiro ideal da medicina (a cena do bom samaritano) e um quadro de São Lucas, patrono dos médicos.

OUTRAS FOTOS ILUSTRATIVAS


Nesta foto da época da construção,vê-se que o
 bairro ainda era pouco desenvolvido
 urbanisticamente


Nesta, pode-se notar o surgimento 
de  grandes edifícios  na região



Ficou em segundo plano, cercada pelos espigões



Estacionamento funciona sob os arcos



CONCLUSÃO

         Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.
        Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação, ou por mensagem no Facebook.


SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM



Wilson do Carmo Ribeiro é industriário aposentado, pedagogo e historiador diletante. 
É presbítero em exercício da Igreja Presbiteriana do Brasil, servindo atualmente na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com














QUINTO ENCONTRO DE CONJUNTOS E QUARTETOS MASCULINOS NA IGREJA PRESBITERIANA DE CAMPO LARGO EM SALTO DE PIRAPORA

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