sexta-feira, 21 de abril de 2017

SOROCABA - SP: HISTÓRIA DO HOSPITAL EVANGÉLICO

APRESENTAÇÃO
Ultimamente tenho frequentado o Hospital Evangélico de Sorocaba com certa assiduidade, isto porque faço parte do Convênio do IAMSP e lá tenho sido muito bem atendido na realização dos procedimentos que tenho necessitado.
Como evangélico presbiteriano que sou, tenho especial consideração por esse hospital. Primeiro porque ele nasceu da iniciativa  de alguém que conheci pessoalmente, o Prof. Abdiel Lopes Monteiro, à época presbítero e professor na Escola Bíblica Dominical na Igreja Presbiteriana de Sorocaba, sita à Rua Santa Clara, no centro da cidade.
Esse venerando senhor, já envelhecido, era presbítero em disponibilidade na Igreja Presbiteriana Filadélfia de Sorocaba quando conheci minha esposa senhora Claudineide em 1964, e ela era membro na mesma igreja localizada na Avenida São Paulo.

Outro fato a considerar é que meu falecido sogro Sr. Claudino Batista Marra foi funcionário da Associação Evangélica Beneficente, mantenedora do hospital. Ele trabalhava buscando pessoas que pudessem levantar contribuições mensais fixas para a AEB e eu tive o privilégio de colaborar como agente na localidade de Alumínio no final da década de 1960.
Outra coisa interessante que posso colocar a título de ilustração é que nosso padrinho de casamento em 1965, Sr. João Valim, era membro da Primeira Igreja Presbiteriana de Sorocaba e, como mestre de obras, foi quem orientou a equipe que edificou o prédio do Hospital Evangélico de Sorocaba.
Esse prédio, deestilo antigo foi preservado e fica de frente para a Av. General Carneiro, enquanto que o novo e moderno edifício do hospital tem sua frente na Rua Imperatriz Leopoldina no bairro Cerrado, Sorocaba.
HISTÓRIA DO HOSPITAL
No quarto domingo de julho de 1935, o professor Abdiel Lopes Monteiro apresentou-se diante de suas treze alunas da classe Débora, da Escola Dominical da Igreja Presbiteriana de Sorocaba, com uma frase sublinhada na Bíblia – “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem” (Hb 11:1) – e com um desafio a ser lançado para elas: fundar um hospital evangélico.
Naquele tempo, os protestantes enfrentavam “uma situação que nos constrangia e que nos motivava a sonhar com nosso hospital”, conforme escreveu o Abdiel, no artigo “Histórico do Hospital Evangélico de Sorocaba”, publicado na edição do dia 1º de Novembro de 1979, no Jornal Brasil Presbiteriano.
E foi em meio a um diálogo sobre esse assunto “que o professor surpreendeu a classe com a uma pergunta desafio: Por que irmãs, não havemos de fundar o nosso hospital? As senhoras estão dispostas a lutar por esse ideal?”
Elas foram unânimes em responder sim: Cândida Souza, Cenira Teixeira, Maria J. Souza, Maria J. Campos, Maria José Germano (D. Mulata), Eliza de Souza, Ana Orse, Noêmia Maura, Ermelinda Scwaibrick, Cenira Maldonado, Durvina Scwaibrick, Loyde de Leme e Ana Lopes Monteiro.
E o fizeram com tal entusiasmo, que naquela mesma hora “uma coleta se levantou, a primeira contribuição para a obra que se idealizava. A importância arrecada foi, sem dúvida, modesta, por que éramos, todos, pessoas de poucos recursos, mas a nossa decisão, naquela hora e naquele recinto, era um ato de fé, a prova das coisas que não se vêem” concluiu Abdiel.
A idéia de fundar o Hospital Evangélico, nascida da classe Débora, ganhou a adesão de toda igreja e granjeou a simpatia de toda a comunidade evangélica, inclusive da região. Durante 3 anos, os voluntários se dedicaram à busca de recursos, com muita dificuldade.
“mas nosso ideal permanecia vivo e, pela fé, aguardávamos a resposta de Deus para a concretização do nosso objetivo. E ela nos veio de um modo maravilhoso em 1938”, comenta Abdiel.
Conforme relato de Abdiel, o médico Milton Tavares mantinha um pequeno Hospital na rua Manoel Lopes, 229, chamado Casa de Saúde de Sorocaba. Como estava disposto a vende-lo, “esse conceituado médico sorocabano nos facilitou a compra: demos uma entrada e prestações anuais, sem juros. Feita a transação, mudamos o nome para Hospital Evangélico de Sorocaba”.
Assim “passamos a ter o nosso hospital, pequeno, mas tudo novo e perfeitamente aparelhado para seu funcionamento. O invisível tornara-se visível: era a vitória da fé”.
Sob a direção clínica do Dr Lineu de Mattos Silveira formou-se “uma equipe médica de primeira ordem, constituída pelos Drs Milton Tavares, José Fellipe de Camargo Barros, Fernando Santos e João de Almeida Tavares.
O hospital firmou-se e logo novos desafios se apresentaram: “a exigüidade de suas instalações era um óbice para seu desenvolvimento” escreveu Abdiel. E demandaria recursos que o hospital ainda não dispunha.
A solução encontrada foi transferir o hospital para a Associação Evangélica Beneficente (AEB) de São Paulo, de caráter filantrópica, criada com o objetivo de dirigir e manter organizações assistenciais e evangélicas. Presidida pelo catedrático da Escola Paulista de Medicina, Lauro Monteiro da Cruz, a AEB-SP encampou o hospital em 1943. Em livro que relata historia dessa entidade, Lauro Monteiro escreveu que devido a impossibilidade de ampliar o prédio da Rua Manoel Lopes, a AEB-SP comprou o terreno da Av General Carneiro, no Cerrado. E sua diretoria contratou Bruno Simões, da Escola Politécnica de São Paulo para elaborar o projeto do novo edifício.
Associação Evangélica Beneficente – AEB
A Associação Evangélica Beneficente é uma entidade social fundada em 1928 pelo Reverendo Otoniel Mota, com o propósito de cuidar do próximo. No seu início, a AEB acolhia os doentes de tuberculose que eram estigmatizados e marginalizados pela sociedade, na Vila Samaritana, em São José dos Campos – SP, oferecendo cuidado e tratamento de qualidade.
Desde então, a vocação social e assistencial da AEB resulta em um trabalho que atende aos grupos mais vulneráveis, qualificando e diversificando seus serviços, na medida em que se depara com as complexas demandas sociais nos municípios de São Paulo e Sorocaba.
Atualmente, a AEB possui projetos nas áreas de educação, saúde e assistência social, propiciando o acolhimento a um público igualmente diverso quanto à faixa etária, gênero e necessidades.
O atendimento à saúde é realizado através do Hospital Evangélico de Sorocaba que, a partir de 2012, iniciou um amplo processo de mudanças e reestruturações, visando adequá-lo a um novo conceito de gestão em saúde e referência na cidade de Sorocaba – SP e região.
As atividades realizadas pela AEB são frutos de um trabalho em rede, no qual cada ente social tem seu papel: contribuintes comprometidos, funcionários responsáveis, atendidos empoderados, poder público e iniciativa privada.
Para a AEB, fé e confiança no Senhor e em nossos companheiros de jornada são ingredientes fundamentais para o sucesso do trabalho e para construir melhores pavimentos no caminho comum.
Visão
Ser reconhecida como uma organização de excelência na gestão de programas sociais de atendimento integral, comprometida com os princípios cristãos.
Missão
Contribuir para o desenvolvimento humano através de programas que propiciem o atendimento integral no contexto pessoal, familiar e comunitário
http://www.aeb-brasil.org.br
Nas décadas de 80 e 90, mais um sonho se tornou realidade, outra ampliação do Hospital. O lançamento da pedra Fundamental para construção do prédio Maria José Gutierrez “Dona Mulata”. Essa edificação planejou a construção de um prédio com 6.000 metros quadrados de área em 2 pavimentos, além de reformar os 1400 metros já existentes. Nesta época a cidade de Sorocaba sofria com a escassez de leitos e não ganhava um novo hospital há mais de 25 anos. A transferência da UTI para sua nova instalação assim como configuração de uma das melhores equipes de profissionais da região, foram pontos marcantes nessas décadas
Rumo à modernização do Hospital, a partir do ano 2000 juntamente com a construção novo edifício, a lavanderia e cozinha se tornaram mais completos. O serviço de nutrição, contou com toda infraestrutura moderna para a época, equipe treinada e insumos de alta qualidade, sempre temperados com a dedicação amorosa característica da equipe do Evangélico.
Em 2008 com um modelo de assistência médica que concilia qualidade e conforto, o Hospital ganhou novos leitos divididos entre apartamentos e enfermarias, onde os pacientes recebem todos os cuidados necessários à sua recuperação, além de uma equipe médica e de enfermagem 24 horas para anteder a qualquer chamado, assim como aconteceu a inauguração do Centro Cirurgico Dr Newton Salim, com equipamentos modernos, 4 salas cirúrgicas, farmácia, RPA, posto de enfermagem e copas dispondo de capacidade para 40 cirurgias por dia.
Tudo isso foi possível graças à participação e contribuição ativa da comunidade Sorocabana.
O mesmo hospital, um novo conceito.
No início de 2012 o Hospital Evangélico iniciou um amplo processo de mudanças e de reestruturações, visando adequar o Hospital a um novo conceito de gestão em saúde. Este novo conceito, vinculado à inovação tecnológica e administrativa, visa transformar o hospital na principal referência em saúde da cidade de Sorocaba e uma das principais do estado de São Paulo. Tudo isso, sem deixar de lado o atendimento humano e acolhedor, característica marcante do hospital em seus 81 anos de história.
Com olhar multidisciplinar, o novo prédio prevê ampliação, chegando a aproximadamente 170 leitos, 14000 metros quadrados de área construída novas tecnologias e novos serviços.
Tudo isso para criar um espaço acolhedor, dar mais conforto aos pacientes e profissionais e fazer do atendimento uma experiência agradável e mais humana.
Fonte: http://hospitalevangelico.org.br/vitoria-da-fe/
NOVOS INVESTIMENTOS
Perto de completar 82 anos, o Hospital Evangélico de Sorocaba (HES) colocará em prática em 2017 as ações previstas em seu Plano Diretor que demandarão investimentos da ordem de R$ 170 milhões. Já para os próximos meses, a unidade terá ampliado o número de leitos dos atuais 60 para 170, além de disponibilizar gama maior de serviços aos conveniados. A clientela da instituição é formada pelos associados de 35 planos de saúde que, juntos, somam mais de 600 mil vidas. 
  
O projeto tem como foco, segundo explicado pelo superintendente do Hospital, Marcello Burattini, o uso da tecnologia, a estrutura e o corpo clínico especializado para tratamentos e cirurgias de alta complexidade. O Evangélico tem como meta suprir a demanda por atendimento de elevada especialização e excelência em áreas essenciais, como cardiologia, neurocirurgia e oncologia. 
  
Atualmente, o HES atende 38 cidades num raio de até 120 quilômetros de Sorocaba, reunindo 450 colaboradores, entre diretos e terceirizados e um corpo clínico aberto com cerca de 700 médicos, de praticamente todas as especialidades, exceto maternidade e pediatria. 
  
O hospital opera, hoje, com 60 leitos de internação, 7 de UTI, 4 salas cirúrgicas e serviços de diagnóstico clínico e por imagem. Recebe média de 8 a 9 mil pacientes, por mês. A primeira etapa do plano, já implantada, consistiu na inauguração de um Pronto-Atendimento (PA) 24 horas, em julho de 2015. 
  
Hoje, o espaço tem tempo de espera otimizado de apenas 10 a 15 minutos, recebendo em torno de mil pessoas por mês e demandando um aporte anual de R$ 2 milhões para sua manutenção. O atendimento no PA 24 horas teve início com foco na cardiologia, atendendo, atualmente, todas as especialidades, inclusive, trauma e ortopedia. 
  
A segunda fase do plano, que começará neste ano e seguirá até 2019, tratará da expansão do atendimento em mais quatro andares do prédio assistencial do hospital, com entrada pela rua Imperatriz Leopoldina, nº 136. Lá, será ampliado em três vezes o número de leitos de internação, que chegarão a 170. 
  
Além disto, serão construídos nova UTI, novo Centro Cirúrgico, nova área de Oncologia e disponibilizado o serviço de Day Clinic. Esta etapa demandará um investimento de cerca de R$ 40 milhões, ao longo dos próximos dois anos. A terceira e última etapa de expansão do HES, prevista para até 2021, exigirá aporte total de mais R$ 60 milhões, e abrange a construção de um novo edifício para a prestação de serviços gerais à população.




ILUSTRAÇÕES FOTOGRÁFICAS




1º templo da Igreja Presbiteriana
de Sorocaba (construído em 1882)
onde funcionava a Escola Dominical


Escola Bíblica Dominical - Classe Débora
Onde brotou a ideia da construção do
Hospital Evangélico de Sorocaba


Foto da época da fundação do hospital


O prédio original do hospital (preservado)



Sr. João Valin e esposa
dona Dalinda
Mestre de obras  na construção
 do prédio antigo


O novo edifício do Hospital Evangélico



Visto por outro ângulo, o edifício se chama
Maria José Germano Gutierrez (D. Mulata)


Fachada na Rua Imperatriz Leopoldina


Atendentes em ação


Refeitório

CONCLUSÃO

 Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.

        Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação.


SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM


Wilson do Carmo Ribeiro é industriário aposentado, professor e historiador diletante. 
É presbítero em exercício da Igreja Presbiteriana do Brasil, servindo atualmente na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com

terça-feira, 18 de abril de 2017

SOROCABA - SP- APOSENTADO LEU MAIS DE 10.000 LIVROS

APRESENTAÇÃO

Estava procurando matérias que pudessem proporcionar-me a feitura de uma postagem no blog. Foi quando me deparei com uma reportagem feita pelo jornalista Eduardo Tomazella, a qual achei que poderia ser interessante aos leitores.
Admiro pessoas que gostam de livros. Aliás, eu já gostei e li muitos, porém de uns anos para cá tenho lido bem menos. Uma das razões é o declínio da acuidade visual por problemas como a miopia, catarata e glaucoma, que apesar de tratadas, não resistem a um tempo maior de concentração sobre um livro.
O outro motivo é o excessivo tempo que uso nas postagens na internet. Aliás, em minha última consulta oftalmológica, recebi orientação para não demorar mais de vinte minutos de cada vez que usar o computador.
Mas, voltando ao que citei no início, veja o que encontrei: um aposentado que mora em Sorocaba leu mais de 10.000 livros, feito que é sem dúvida dígno de admiração e de ser imitado.
Vamos ao relato:

O aposentado Cid Odin Arruda, de Sorocaba, acaba de atingir um recorde: aos 95 anos, ele alcançou a marca de dez mil livros lidos. Simbolicamente, o décimo milésimo volume foi retirado no último dia 9 do Gabinete de Leitura Sorocabano, quando Arruda levou para casa o volumoso “O Cemitério de Praga”, do escritor Umberto Eco. “Estava curioso, mas fiquei um pouco decepcionado com a história”, comentou três dias depois, com a leitura quase no final. A marca obtida pelo homem que se diz “viciado em livros” é simbólica. A rigor, ele acha que leu alguns milhares de títulos a mais. “Antes, minha média era de quatro livros por semana”, diz.

O aposentado não guarda livros em casa. Ele prefere viajar em busca de boas leituras e se tornou conhecido em bibliotecas até de outros Estados, como o Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás. Em Guarapari (ES), esteve 22 vezes e em todas visitou a biblioteca. Funcionários desses locais veem-se no dilema de encontrar um livro que Arruda ainda não tenha lido e já se referem a ele como o “senhor Biblioteca”. No Gabinete de Leitura, em Sorocaba, fundado em 1866, ele é um dos sócios vivos mais antigos. Em 2008, foi agraciado com a medalha cultural concedida a pessoas compromissadas com a cultura. O problema é que ele já leu quase todo o acervo, segundo a funcionária Nilcéia Alves dos Santos. “Quando ele pede um livro, tenho de buscar lançamentos.”

Na companhia da mulher, a professora Elza Bertazini Bracher, de 86 anos, também amante dos livros, Arruda viaja entre oito e dez vezes por ano e escolhe como destino cidades que têm bibliotecas. Ele prefere edições volumosas, mas com personagens bem definidos. Um de seus recordes foi um livro de 1.110 páginas lido em cinco dias. “Sou ruim para nomes, mas lembro que a coleção mais detalhada de Os Miseráveis (Vitor Hugo), com sete volumes, foi lida em uma semana.”

O hábito da leitura vem de família. O avô, José Antão de Arruda, foi o primeiro bibliotecário do Gabinete Sorocabano, cargo depois exercido por seu pai, José Odin de Arruda. Era função do bibliotecário indicar livros para estudantes e sócios. “Como meu pai não tinha tempo de ler todos, pegava um pacote de livros e pedia que eu lesse e contasse a história para ele.” O então menino de 12 anos pegou gosto. “Lia às vezes um livro inteiro no dia e, quando eu dizia que era ruim, meu pai vetava.” Ele também era incentivado pela mãe, professora.

Apesar da paixão pela leitura, Arruda não gostava de estudar e, ao contrário dos pais, que hoje dão nome a escolas da cidade, não se tornou professor. “Sempre preferi o comércio e só estudei até o primeiro ano da antiga escola normal.” Arruda leu todos os clássicos, de “Os Lusíadas” (Camões) a “Dr. Jivago” (Boris Pasternak) e a Bíblia completa, várias vezes. Entre os preferidos estão obras que versam sobre reis, imperadores e faraós. Entre os brasileiros, Machado de Assis, Graciliano Ramos e Jorge Amado. “Oh, caboclo bom!”, diz sobre o baiano. Sobre os autores modernos, uma crítica. “Eles criam personagens demais, deixam o livro difícil de entender.” Arruda ainda toma ônibus para ir à biblioteca e se considera um dos mais antigos leitores do Estadão. “Ele é um fã, a primeira coisa que lê na biblioteca é o jornal”, diz dona Elza.”


FOTOS  ILUSTRATIVAS


Fotos do Sr. Cid Odin Arruda








Escola Estadual  "José Odin Arruda"


José Antão de Arruda - 1º bibliotecário
do Gabinete de Leitura Sorocabano



Escola Estadual "José Odin de Arruda"



Jornalista do "Estadão"  José
Maria Tomazella, autor do
artigo desta postagem



        
CONCLUSÃO

 Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.

        Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação.



SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM



Wilson do Carmo Ribeiro é industriário aposentado, professor e historiador diletante. 
É presbítero em exercício da Igreja Presbiteriana do Brasil, servindo atualmente na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Sorocaba - SP - WILSON DO CARMO RIBEIRO E OS 42 ANOS COMO PRESBÍTERO

APRESENTAÇÃO

Conta as bênçãos, dize quantas são,
Recebidas da divina mão!
Vem dizê-las, todas de uma vez,
 E verás, surpreso, quanto Deus já fez!”
 (estribilho do hino 63 do hinário Novo Cântico)

É desta forma que desejo fazer um relato sobre minha carreira de quarenta e dois anos servindo a Deus na Igreja Presbiteriana no exercício do ofício de presbítero.
Na verdade para um relato mais completo, devo começa-lo por minha conversão e a pública profissão de fé e batismo.

1 – SANTA CRUZ DO RIO PARDO

Ouvi a pregação do Evangelho pela primeira vez quando era adolescente e fui levado juntamente com minha família a um culto evangelístico realizado na Igreja Presbiteriana Independente de Santa Cruz do Rio Pardo, SP, onde éramos oleiros e nossos patrões Joaquim Rodrigues da Cunha e Bernardino Araújo eram membros daquela igreja (o primeiro era presbítero).

Meu pai, nessa ocasião ganhou uma bíblia usada. Quem a deu foi o pastor daquela igreja, o Reverendo José Coelho Ferraz, que viria a ser Presidente da Executiva Nacional daquela igreja-irmã. A semente do Evangelho  havia sido plantada na vida de nossa família.

Mudamo-nos daquela olaria para outras em cidades vizinhas e perdemos contato com os ex patrões e com o Evangelho do qual ouvimos falar naquela noite.


Igreja Presbiteriana Independente de 
Santa Cruz do Rio Pardo, SP


2 - ALUMÍNIO

Em 1959, morando em Alumínio, SP, ainda fazendo tijolos, meu pai e eu recebíamos a visita dos irmãos Gediel de Moura e Ermírio Pereira dos Santos enquanto estávamos trabalhando à noite na queima dos tijolos no forno (a operação durava três dias).

Foi assim que meus pais Durvalino e dona Benedita, mais eu e meu irmão José fomos evangelizados porque havíamos aceito o convite deles para frequentar a então Congregação Presbiteriana Filadélfia de Alumínio, a qual funcionava em um prediozinho próximo à portaria da Cia. Brasileira de Alumínio.

Em 31-12-1961 fomos examinados por presbíteros da I.P. Filadélfia, presidido pelo Reverendo Abimael de Campos Vieira na parte da tarde e no culto de vigília professamos nossa fé e fomos batizados: Meus pais, eu e meu mano José.

A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA EM ALUMÍNIO

Em 15-03-1965 a congregação em Alumínio se tornou igreja organizada com o nome de Igreja Presbiteriana de Alumínio.

À época eu tinha 23 anos e fui eleito diácono. Em 15-03-1975 fui eleito presbítero e desde então não deixei, pela graça do bom Deus de ser eleito ou reeleito para o ofício.

Três meses após a organização da igreja, casei-me com a jovem Claudineide Marra Ribeiro e nosso casamento foi realizado no templo da IP Filadélfia onde ela continuava membro. Nossos pastores Reverendos Abimael de Campos Vieira e Moisés Martins Aguiar presidiram a cerimônia.
Tivemos o privilégio de cooperador com nossos pastores nos trabalhos da IP Alumínio nas localidades de São Roque, Canguera e Araçariguama.

Fui secretário do Conselho por várias vezes e também representante no Presbitério de Sorocaba. Comecei a fazer pregações e fui professor na Escola Dominical e membro ativo, primeiramente na UMP e depois na UPH.



Presb. Gediel de Moura,
um dos irmãos que nos
evangelizaram em
Alumínio


Rev. Abimael de Campos Vieira
fez nossa profissão de fé nos batizou


A IP de Alumínio quando foi organizada em 1965.
Na foto aparecem: Diácono Silas Ribeiro, 
Presb. Waldemar Machado (atrás do menino), 
Diácono Wilson do Carmo Ribeiro  (de braços cruzados)
 e Diácono Walter de Moura. Atrás do Silas, minha
mãe sra. Benedita Maria Ribeiro


Casamento de Claudineide e Wilson
em 15-03-1965 em Sorocaba, SP


Lançamento da pedra fundamental do Edifício
de Educação Cristã da I de Alumínio. No primeiro
plano aparecem: Rev. Isac Silvério (pastor da igreja);
Presb. Ercy Moreira (projetista da construção) e 
eu colocando uma lembrança na caixa que ficou
enterrada sob o local onde seria o piso do salão
do edifício, que funcionou como templo até o
ano 2.000.


Ordenação e investidura do Presb. 
Wilson no Conselho da IP de Alumínio
em março de 1975. O pastor foi o Rev.
Willes Banks Leite.



MAIRINQUE

Explico: Em 1980 nos mudamos para Mairinque onde participamos (falo no plural porque aí já envolve minha família e a de outros irmãos) na fundação da congregação local e em 1985 da organização da Igreja Presbiteriana de Mairinque, trabalho esse iniciado em nossa casa em julho de 1981. (ver histórico completo em: http://wilson-ribeiro.blogspot.com.br/2011/03/o-presbiterianismo-em-mairinque.html )

Pois então: Com a igreja organizada, fui eleito presbítero da mesma, tendo exercido o ofício nessa comunidade até início de 1997.
Aí também fui secretário do Conselho e representante no Presbitério por várias vezes. Era escalado para pregar e fui professor na Escola Dominical.
Necessário se faz dizer da importância da participação da minha família e em especial da minha esposa dona Claudineide, que além de dar o suporte necessário ao trabalho do marido, sempre teve atuação sanguificativa no trabalho feminino, inclusive em âmbito presbiterial e também como professora na Escola Dominical.


Alunos da Escola Dominical iniciada em julho de 1981
defronte de nossa casa em Mairinque. Aí o trabalho
funcionou até dezembro de 1983.



Ainda em nossa casa em março/83, a organização
da SAF. D. Claudineide foi a primeira presidente



Nossa família em Mairinque



Nosso caçula Artur participando de mutirão para a 
construção do templo  em 1988


O templo da IP de Mairinque, consagrado a Deus em 1990.


Em pé os presbíteros do primeiro Conselho da IP de Mairinque
na organização em 1985: Zilton Machado Neves, Aroldo de Souza,
Wilson do Carmo Ribeiro e Jovelino de Oliveira Tomáz.
Agachados os diáconos: Onofre Reis Filho, Benedito 
Antonio Fernandes, Eliseu Muniz dos Santos e Laercio
Aparecido Pereira



Presb. Wilson pregando e falando sobre a História da
 IP Mairinque em novembro de 2010 (jubileu de prata
da organização)



Coral da Igreja Presbiteriana de Mairinque
1988 - Regência Presb. Walter de Moura


ARAÇOIABA DA SERRA

 Após encerrar minha atividade profissional (31 anos na CBA e 4 anos na Prefeitura Municipal, além de 10 anos no magistério no período noturno),optamos mudar para uma chácara que havíamos adquirido em Araçoiaba da Serra, SP. Em outubro de 1993, na qual terminamos a construção de uma casa precariamente edificada.

Fomos morar num bairro chamado Jardim Colonial, distante seis quilômetros da igreja, tendo de utilizar a rodovia para acessar o centro da cidade onde se localizava a igreja.
Isto foi em 1997 e no ano seguinte fui eleito presbítero da igreja, a qual funcionava em um pequeno templo construído no início dos anos 90, o qual já não comportava mais a quantidade de frequentadores, surgindo então com muita força a ideia da construção de um novo templo.

E uma grande alegria no exercício do presbiterato dessa igreja foi a de participar da compra do terreno e da construção do novo templo, consagrado em 2006, com a presença do Reverendo Roberto Brasileiro, Presidente do Supremo Concílio da IPB, que foi o pregador naquele culto memorável.

Aí  também nessa comunidade o Conselho nomeou-me historiador oficial da igreja e, após acurada pesquisa nos livros de atas, (aproximadamente 1.000 páginas) publiquei o trabalho após aprovação do Conselho, primeiramente em forma de apostila e depois na internet (ver em: http://wilson-ribeiro.blogspot.com.br/2011/03/historia-da-igreja-presbiteriana-de.html).

Foi também nessa igreja  que, por iniciativa do pastor à época, Reverendo Anizio Batista, me foi concedido pela Assembléia realizada para esse fim, o título de Presbítero Emérito em novembro de 2008.
Mesmo com a Emerência, exerci meu ofício de presbítero até nos mudarmos para Sorocaba..


Presb. Wilson com a esposa d. 
Claudineide e o Rev. Anizio Batista
no terreno onde foi construído o novo templo



Mutirão para a construção do novo templo da IP de 
Araçoiaba da Serra. O Presb. Wilson é o último em
pé à esquerda



Dona Claudineide e irmãs Aparecida, Erenice, Maura e 
Marlene preparando almoço no mutirão



O templo da IP de Araçoiaba da Serra
consagrado em 2006


Presb. Wilson e família - Culto de Emerência na IP
de Araçoiaba da Serra em 2008

SOROCABA

Em junho de 2011 achamos por bem, eu e minha esposa (os filhos já estavam todos casados) transferir nossa residência para Sorocaba, pois já estávamos sentindo a necessidade de estarmos mais próximos dos recursos relativos aos cuidados com nossa saúde.

Já não tinha mais o vigor necessário para cuidar da chácara, levando se em conta minha idade o fato de ser portador de cardiopatia chagásica e de ter um cotovelo faturado num acidente de trânsito, perdendo a mobilidade e força no braço esquerdo. Isso além de atrose na coluna vertebral e varizes das quais não consegui me livrar mesmo após três cirurgias. Soma-se a tudo isso, o fato de ter sequela de um enfarte em 1983 provocado por stress.

Oramos muito e Deus nos trouxe ao Bairro Barcelona e à igreja presbiteriana, que tem o nome de Igreja Presbiteriana Rocha Eterna. Nessa igreja, os irmãos acharam por bem eleger-me presbítero, sendo que em 13-05-2012 fui investido no ofício. Isto mesmo apesar de expor a existência das limitações físicas pelos motivos já expostos.

A essa altura já não estava podendo mais conduzir nosso veículo por ser portador de glaucoma, enfermidade que afeta os olhos e limita as noções de profundidade e lateralidade, tornando-se perigosa a condução, mesmo de um automóvel. A partir de então, passei a depender da habilidade e disponibilidade de minha esposa para ir à igreja ou outros lugares em que se faz necessário o uso do carro.

Em julho de 2013 meu coração começou a apresentar um aumento de arritmia e acabou por levar-me a uma parada cardiorrespiratória, ficando 15 dias numa UTI e mais uma semana no hospital e a usando um micro desfibrilador portátil implantado em meu tórax.
Recuperado e monitorado devo registar que tivemos a alegria de participar de muitas coisas abençoadas na IPRE, inclusive do lançamento da pedra fundamental do templo da Congregação localizada no bairro Júlio de Mesquita Filho, mais conhecida como Igreja Presbiteriana Boas Novas.

Na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna tive o privilégio de ser por mais de uma vez o Vice-Presidente do Conselho e professor na Escola Dominical, o que minha esposa também continua fazendo, além da participação ativa no trabalho feminino.

Na assembléia realizada em 08-04-2017 comuniquei que não pretendia mais continuar no exercício do presbiterato, face às condições físicas já expostas e também para dar oportunidade a servos que Deus preparou para me suceder.
Por falar em servos (pastores e presbíteros) com os quais tivemos oportunidade de trabalhar nos Conselhos e no Presbitério, temos um trabalho sobre o assunto, o qual você poderá ver clicando aqui:


Investidura do Presb. Wilson no Conselho da 
IP Rocha Eterna de Sorocaba em 13-12-2012
O pastor (de paletó bege) é o Rev. Dilermando
Félix Pereira pastor da igreja.


Presb. Wilson e d. Claudineide participando do lançamento
da pedra fundamental da Congregação Presbiteriana
Boas Novas no Parque Júlio de Mesquita Filho


O templo totalmente construído e consagrado a Deus



Nossa família em maio de 2015 quando comemoramos 
bodas de ouro no templo da IP Filadélfia, mesmo
templo onde nos casamos. Em abril de 2016 nasceria
nosso netinho Davi, filhinho da Flávia e do Willy



O BLOG DO RIBEIRO

Foi em 2010 que por iniciativa de minha neta Mariana Ribeiro Gonçalves, à época com 16 anos foi criado o Blog do Ribeiro. "Vô, é para o senhor publicar seus escritos" - disse-me a neta adolescente.

Embora existam muitas publicações que não sejam de cunho religioso, deixo aqui indicada aos irmãos um trabalho publicado em duas partes que considero seja uma colaboração muito útil que vou deixar como um legado histórico para nosso povo presbiteriano. Para conhecê-lo, basta clicar nos links abaixo:

1 - O Presbiterianismo em Sorocaba e Região - Parte 1;

http://wilson-ribeiro.blogspot.com.br/2015/01/o-presbiterianismo-em-sorocaba-e-regiao.html 


2O Presbiterianismo em Sorocaba e Região - Parte 2.


http://wilson-ribeiro.blogspot.com.br/2015/01/o-presbiterianismo-em-sorocaba-e-regiao_21.html


Sugiro aos irmãos e irmãs a visualização de um trabalho no qual mostro nomes e fotos dos pastores e presbíteros com os quais trabalhei nos Conselhos das igrejas locais e também no Presbitério de Sorocaba. É só clicar aqui: 


MISSÃO CUMPRIDA

Em 13-05-2017 encerrei minha carreira, passando para a disponibilidade, restando me expressar como o apóstolo Paulo em parte do versículo da 2ª de Epístola a Timóteo v. 7.4: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé...

A Deus toda a glória.


Última pregação do Presb. Wilson ainda no exercício
do presbiterato. IP do Jardim Simus em 19-03-2017
a convite do Rev. Manoel Peres Sobrinho, que foi
nosso pastor em Alumínio e em Mairinque


Homenageado pela I.P. Rocha Eterna por 
ocasião da posse do Presb. Luiz Carlos, que sucedeu o
Presb. Wilson no Conselho



CONCLUSÃO

         Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.

        Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação.


SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM


Wilson do Carmo Ribeiro é industriário aposentado, professor e historiador diletante. 
É presbítero emérito da Igreja Presbiteriana do Brasil;.
E-mail: prebwilson@hotmail.com

QUINTO ENCONTRO DE CONJUNTOS E QUARTETOS MASCULINOS NA IGREJA PRESBITERIANA DE CAMPO LARGO EM SALTO DE PIRAPORA

  APRESENTAÇÃO Aconteceu dia 30-04-2011 com início às 19 h 30 minutos na I.P. de Campo Largo em Salto de Pirapora o 5º Encontro de Conjuntos...