quinta-feira, 10 de março de 2011

COISAS DE RAPAZES

MEU PRIMEIRO CHEFE
Sr. Domingos Armando
(foto de 1984)

      Era dia dois de janeiro de mil novecentos e sessenta e eu estava prestes a iniciar meu primeiro dia de trabalho na Cia. Brasileira de Alumínio. Um funcionário da Portaria levou-me à Laminação de Papel e apresentou-me ao Sr. Domingos Armando, que veio a ser meu primeiro chefe na grande indústria. Ele deu-me uma vassoura e mandou que eu varresse o piso oleoso da seção.
      Acostumado ao trabalho sob o sistema de empreitada na olaria onde tinha de ser rápido para dar conta das tarefas, fui ágil e em dois tempos o piso estava todo varrido.     Aproximei-me dele e disse-lhe que o serviço estava pronto. O chefe então me mostrou um monte de retalhos de alumínio e orientou-me a amassá-los e depositá-los em uma caixa de ferro. Fui lá, amassei tudo aquilo em menos de dez minutos. Enchi a caixa e voltei para junto do paciente homem. Comuniquei-lhe que estava pronta a tarefa. Aí ele, já um pouco amolado disse-me: - vai lá naquele laminador e fique olhando ele funcionar.(!)
      Entendi logo que ali eu tinha que dançar de acordo com o ritmo da orquestra. Como fiz ao longo dos trinta e um anos de carreira na fábrica.
Com este texto, presto uma homenagem ao meu primeiro chefe, o qual não vejo há vários anos.


O FILME

      “Os Dez Mandamentos”, épico norte-americano estava fazendo o maior sucesso nos idos de 1962. Morávamos em Alumínio e o filme estava em cartaz no cine São José em São Roque, distante quinze quilômetros.
      Resolvemos ver o filme. Para ir, tudo fácil, pois havia ônibus a cada duas horas. Maravilhoso, o filme no entanto muito longo, pelo que os exibidores proporcionavam um intervalo à platéia. Por tudo isso, a sessão terminou depois das vinte e três horas.
      Fomos ao ponto de ônibus e... o último havia partido às vinte e duas horas. Dinheiro para táxi ninguém tinha, de forma que o jeito foi botar o pé na estrada. Eu, o Nilson, o José e nosso amigo Waldomiro Alves iniciamos a jornada de volta. No vigor da mocidade, corremos em muitos trechos e por volta das três da matina chegamos em casa na Vila Paulo Dias.
      Como tínhamos de entrar às sete no trabalho, o tempo de sono foi minúsculo para meus manos e o amigo. Eu, como era mensalista, entrei um pouco mais tarde. Levei pequena repreensão do chefe, o saudoso Sr. Philemon. Por causa disso, tiraram sarro de mim, dizendo que assisti “Os Onze Mandamentos”.

O GREVISTA

  Por participar de uma greve em março de 1964 o Nilson foi despedido da fábrica, o que causou grande reboliço em casa. Nossa mãe ficou furiosa e, passados alguns meses, lá foi ela pedir nova chance ao diretor da empresa, homem tido por muitos como muito bravo.
      Orientada de que deveria voltar posteriormente trazendo um memorando e em companhia do filho, dona Benedita assim o fez. Coube-me fazer o tal documento, o qual o entreguei à nossa genitora no momento que me preparava para escovar os dentes após o almoço.
      Se achegando ao diretor, mamãe cumprimentou-o e estendeu-lhe o memorando dobrado. Ele pegou-o e ao abrí-lo percebeu que algo branco e pastoso grudou em sua mão. Era a pasta dental que eu havia colocado na escova. Ele chacoalhou a mão, assinou o memorando de readmissão e depois de um sermão despediu mãe e filho. Arre!

AS AVENTURAS DE UM LAMBRETEIRO

      No final de 1963 resolvi comprar uma lambreta, a qual veio de São Roque, pilotada por um vizinho comigo na garupa. Estava eufórico e quase não consegui dormir naquela noite.
Nunca tinha pilotado nada parecido, mas logo peguei o jeito e saí pela cidade exibindo meu bonito veículo de fabricação italiana na cor vermelha e branco.
      Dei algumas caronas logo no dia seguinte, o que era uma temeridade, pois minha habilidade era muito pouca para isso, como se constatou mais tarde.
      Numa dessas inconseqüências, fui à igreja Metodista em Mairinque no domingo à noite levando o José como garupa. Como a luz traseira estava queimada, ele usou um farolete para fazer as vezes do equipamento obrigatório.
      No início do ano seguinte lá íamos nós dois novamente na lambreta, desta vez subindo pela rua principal da Vila Brasilina com a finalidade de abastecer o veículo no posto existente na Vila Pedágio. No final da subida tentei mudar a marcha mas não consegui e a lambreta ganhou velocidade na descida que acabava na rodovia. Caímos: eu me ralei bastante e tive pequena vertigem. Com ele, tudo bem.
      Retornamos empurrando a lambreta e ao chegarmos em casa a preocupação era que a mamãe não me visse com os sangramentos na roupa. Chegamos bem de mansinho para colocar a lambreta no lado dos fundos da casa.
- Meu Deus do céu, o que foi isso, meus filhos!
- Nada, não,mamãe. Após outras duas quedas, resolvi vender a lambreta e comprar alguns móveis. Quase fiz como aquela história do camarada que disse: - Não sei se caso ou se compro uma bicicleta.


CAÇANDO LEBRE
   

 Era costume dos funcionários da Administração chegar de cinco a dez minutos antes de recomeçar os trabalhos após o horário de almoço. Formavam-se então pequenos grupos por afinidade e se conversava de tudo um pouco.
      Entre os trilhos da ferrovia e o prédio onde trabalhávamos havia uma estreita faixa de terra coberta de gramíneas e pequenos arbustos. Por baixo dessa vegetação circulavam pequenos animais, predominando os coelhos ou preás..
      Certo dia, aproveitando os minutos que ainda restavam, dois ou três companheiros resolveram caçar coelhos. E armados de alguns porretes, iniciaram a empreitada. Deu treze horas, a maioria dos funcionários entraram e lá ficou um deles, distraído e sem percepção de horário, desferindo pauladas na tentativa de acertar um roedor.
      Nesse ínterim  chegou o Chefe do Escritório Sr. Paulo Dias, estacionou o Nash 52 ao lado do prédio e viu o funcionário na faina de acertar o preá. Perguntou ao chefe do Depto Pessoal o que era aquilo lá fora e constatada a falha funcional do rapaz, disparou a ordem:
- Três dias de gancho para ele.
       Na pasta funcional do predador ficou arquivada a cópia da carta de advertência. Nela, o motivo da disciplina: “Por estar caçando lebre em horário de serviço”.


O ATLETA


      Era dia 31 de dezembro de 1959. À exemplo do que ocorria na capital paulista, resolveram organizar uma corrida de São Silvestre em Alumínio. O percurso consistia em dar cinco voltas desta forma: saída em frente o Cine Alumínio, percorria a Nunes Rabelo, subia a Rua Hehl, entrava pela Gaspar Ricardo e terminava no mesmo ponto da largada.
Convidaram-me de última hora e lá fui eu. É certo que sempre gostei de futebol, mas nunca joguei em um estádio. Portanto, apesar de meus vinte anos de idade, não tinha preparação nenhuma para encarar a prova.
      Alguns desistiram logo após a largada; outros um pouco depois. Quando o Renato Corsi terminou em primeiro lugar, eu estava com uma volta atrás, andando mas querendo terminar a prova. Foi quando o Levi Chagas que era o último emparelhou comigo e distraiu-me com a conversa de que era bobagem esforçar-se para chegar, uma vez que a prova já havia terminado.
      De repente ele disparou e eu, sem conseguir acompanhá-lo, fiquei com a lanterna na mão. O pior não é isso: anos mais tarde fui descobrir que tinha doença de Chagas e não podia ter me submetido a tamanho esforço.
      Após a prova, fiquei deitado no piso do cinema por mais de meia hora, resfolegante. Deus é grande!


UMA MARMITA DANDO SOPA

      Admitido para trabalhar na Cia. Brasileira de Alumínio na seção Laminação de Folhas, estava eu deixando a fábrica após meu primeiro dia de trabalho quando vi uma marmita sobre a guia da sarjeta na rua de acesso à Portaria.
- Alguém esqueceu isso aí, pensei. E apropriei-me do utensílio, que passei a usar para levar minha comida diariamente.
      Passaram-se alguns dias e quando estava fazendo novamente aquele horário (dezesseis às vinte e quatro horas), aproximando-me da Portaria vi novamente uma marmita naquele mesmo lugar. Uma só não; várias, mais algumas chaves e outros objetos.
      Aí caiu a ficha: Tudo aquilo estava “guardando” lugar na fila para que seus donos tomassem o ônibus que os levaria à Sorocaba!


O NERVOSINHO

Ficheiro:Tomatoes-on-the-bush.jpg     Durante dois anos trabalhei como operador de ponte rolante na companhia. Numa semana estava trabalhando no turno da tarde, quando então se jantava tirando vinte minutos para tal.
      Quando chegaram as marmitas (no meu caso era um caldeirãozinho de alumínio), desci pela escada de ferro circular junto à coluna do prédio, que tinha aproximadamente vinte metros de altura. Coloquei o embornal no ombro e comecei a subida, quando então arrebentou a alça do embornal e a comida se esparramou escada abaixo.
      Muito bravo, desci e pisei em cima da vasilha, joguei-a com tudo num tambor de lixo e voltei lá para cima ao meu posto de trabalho. A barriga roncava e eu, que havia entrado às 16, tinha de trabalhar até as 24 horas.
      Fui salvo por um colega que tirava uma hora de janta e era vegetariano. Na quitanda do Tico Botti ele comprou meia dúzia de tomate, os quais comi com sal. Talvez seja por isso que até hoje esse é meu legume preferido.

 
PAGANDO UM MICO DAQUELES!

     Eu era magro demais, de tal forma que minha altura de um metro e setenta naquela época me fazia parecer mais alto do que era. As pernas eram demasiadamente compridas. O andar, arrastado, aliás, como até hoje.
           Quando minha família chegou de mudança em fins de 1958 em Alumínio e fomos residir na Vila Paulo Dias fui vítima daquilo que hoje chamam de bullyng. Naqueles tempos era sarro mesmo. A molecada, incluindo o Nilton Baiano, que depois veio a ser meu amigo chamava-me de Saracura.
            Fazia tijolos com minha família na olaria do Sr. Paulo Dias e usava Alpargatas Roda, um calçado próprio para quem não podia ter outro melhor. Como dizia meu amigo Aparecido Aldevino Cardoso, o qual já conhecia lá de Santa Cruz do Rio Pardo, a sola da alpargata ficava parecida com um caroço de manga depois de chupada. Na cabeça, um chapéu de palha com a aba toda destroçada.
            À noite ia ao Cine Alumínio e, como raramente tinha dinheiro, algum amigo pagava o ingresso para mim. Quem era sócio não pagava. Naturalmente que eu não era. O Levy Chagas era um desses amigos SOS.
            Eu era um rapaz tal qual a música do Milton Nascimento: “sem dinheiro até para pagar o pastel chinês”. Isso tudo me fazia um complexado que não ousava olhar para uma moça. Além de tudo era de uma timidez federal.
            Em janeiro de 1960 comecei a trabalhar na CBA e as  coisas começaram a mudar. Fui trabalhar na Laminação de Folhas e o Sr. Oswaldo Valentim de Castro, o apontador, veio perguntar-me quanto eu queria marcar de adiantamento. Não sabia o que era aquilo e ele explicou-me que era um vale no valor da metade do meu salário. Marquei um trocadinho e na folga que tive após receber aquela preciosidade fui conhecer São Roque.
            Dei uma volta ao redor da Praça da Matriz, comprei sorvete e uma revista. Na banca vi um livreto e o título chamou-me muito a atenção: “Como Conquistar as Mulheres”. Com certa vergonha, comprei o livro e paguei junto com a revista. Iria lê-lo em casa, no quarto, com as portas fechadas para evitar possível gozação dos manos.
         Embarquei no ônibus da Viação Souza de volta para Alumínio e logo o coletivo ficou cheio. Cedi meu lugar e fiquei de pé no corredor. Coloquei o livrinho dentro da revista e esta debaixo de um dos braços, pois tinha de usar as mãos para me equilibrar no corredor do ônibus lotado.
            Lá pelas alturas de Marmeleiro ouvi uma voz:
- Moço: Empresta-me a revista? Olhei e era a... É melhor não dizer o nome. Era uma moça bonita que eu conhecia de vista. Emprestei-lhe a revista... e o livro foi junto. Céus!
Ela, delicada e discretamente devolveu-me o livro e a emenda ficou pior que o soneto. O que eu iria fazer com aquele livro na mão? Para dizer bem a verdade não me lembro o que foi que fiz. Afinal, neste ano fez só cinqüenta anos que isso aconteceu!
Uma coisa é certa: Foi o maior dos micos que paguei.

OLHA O TREM!

  Em 1965 eu estava noivo da moça Claudineide e ela foi com o pai dela a São Paulo para fazer compras relativas ao seu enxoval. Eu estava sabendo que ela estaria no trem que passa]ria às 6 h 30 minutos pela estação de Alumínio, localidade onde eu morava com minha família e trabalhava na Cia. Brasileira de Alumínio, onde adentraria ao trabalho às sete horas.
 Quando o trem parou na estação em Alumínio, lá estava eu na espreita: entrei rapidamente, dei uma bicoca nela, apertei a mão do seo Claudino Marra e saí antes que o trem se pusesse em movimento. Selinho com sabor de aventura!

A SEMANA DO FRANGO

Em 1964 o Brasil estava vivendo os primeiros tempos do Golpe Militar, movimento chamado pelos golpistas de Revolução Democrática de 31 de Março. Em outubro daquele ano os senhores Paulo Dias e Philemon de Medeiros, Chefe do Escritório e Chefe da Seção Pessoal respectivamente chamaram a mim e ao Jonas dos Santos, funcionário da Contabilidade para irmos até o escritório do Sr. Paulo, lá mesmo no antigo prédio da administração da CBA.
Lá recebemos a informação que deveríamos fazer um treinamento em São Paulo durante uma semana para apreender operar a máquina Burroughs que iria substituir as calculadoras FACIT e as muitas máquinas de datilografia (tínhamos Olivetti, Remington, Underwood e outras mais). A nova máquina faria em 24 horas aquilo que todos os funcionários levavam a semana inteira para fazer.
Não me lembro qual dos motoristas da CBA nos levou ao Escritório Central na Praça Ramos de Azevedo, onde fomos apresentados ao Diretor Sr. Oswaldo Batista Campos, o qual foi conosco à Av. São João nos apresentar aos responsáveis pelo tal treinamento. Informou-nos o hotel onde ficaríamos hospedados e quanto à alimentação poderíamos ficar à vontade, sempre pedindo as notas fiscais.
Tudo correu como o programado e nos horários de almoço e de jantar íamos sempre ao mesmo restaurante, próximo ao local de treinamento. Frango assado num dia frango frito no outro, frango xadrez, frango... Foi aí que resolvemos experimentar alguma coisa diferente. Pedimos não me lembro o que e o Jonas não gostou. E se saiu com esta:
- Wilson: Você fique à vontade, mas eu vou chamar o garçom e pedir frango frito. Arre!



ABRAÇADO COM O DEFUNTO: CREDO!

O nome dele era Alicio, mas desde a mocidade passou a ser chamado de Danilo pois jogava futebol e lembrava de certa forma o jeito elegante de atuar do grande craque da Seleção Brasileira de 1950.
Era o irmão mais novo de minha mãe, portanto meu tio e pude vê-lo jogando pela Esportiva Santacruzense. Depois jogou em várias equipes do interior paulista, passou pelo Criciúma de Santa Catarina e encerrou a carreira no C.A. Paranaense.
Fez carreira na Polícia Civil e se aposentou como delegado na pequena e acolhedora cidade de Balsa Nova na região metropolitana de Curitiba. Lá ele conheceu a moça Irene, com a qual se casou e teve a filha Andréa e os filhos Anderson e Alan, meus queridos primos.
Mas vamos à história (ou estória?) engraçada que aconteceu com ele quando era adolescente lá em Santa Cruz do Rio Pardo sua cidade natal. Era comum naquele tempo, quando alguém falecia, transportar o caixão com o finado para sepultamento utilizando-se da carroceria de um caminhão. Junto, em pé, equilibrando-se como podiam, seguiam os acompanhantes.
Foi numa dessas que o menino Danilo participava de um desses enterros. De repente o caminhão deu uma freada e muita gente caiu e nosso pequeno personagem lá se foi debruço sobre o caixão do finado. Os caídos se levantaram e, junto com eles, o assustado Danilo.
No entanto o que não levantou foi o moral do garoto, pois naquela noite não conseguiu pegar no sono. Só conseguiu dormir quando recebeu permissão para se deitar no meio dos pais, meu saudoso vô João e a esposa de segunda núpcias dona Benedita Damasceno a quem carinhosamente eu chamava de comadre, pois era assim que minha mãe também a tratava.
Coisas de rapazinhos  (assustados)
 

POR QUE MATARAM ESSE CARA?


Estávamos no final dos anos setenta e eu estava dando aula de História do Brasil na Escola Municipal de Ensino Supletivo em Alumínio, no antigo prédio do GE Comendador Rodovalho.

Era véspera do feriado de 21 de abril e, como era de costume, haveria festa cívica com desfile pelas ruas da cidade, com carros enfeitados, grupo de escoteiros, discursos e tudo mais. Desfilavam também alunos e atletas representando a Associação Atlética Alumínio, pois nesse dia se comemora a fundação do clube azul e branco de tantas glórias.

Caprichei na aula sobre Tiradentes.  Sem falsa modéstia, consegui impactar boa parte da classe ao discorrer sobre os motivos e o martírio de Joaquim José da Silva Xavier lá em Vila Rica, sendo pendurado na forca e seu corpo esquartejado para servir de exemplo para outros que intentassem contra a Coroa lusitana.

Coloquei-me à disposição para tirar possíveis dúvidas que houvesse. Foi aí que um dos alunos (e eram todos adultos) se manifestou:

- Oi professor –

-Fala José: qual é a dúvida?
- Eu só queria saber uma coisa.
- Diga.
- Por que foi mesmo que mataram esse cara?



CADÊ MEU CARRO?



Corria o ano de 1983, eu estava residindo em Mairinque, trabalhando na Cia. Brasileira de Alumínio das sete às dezessete horas e na Escola Municipal de Ensino Supletivo das dezenove às vinte e duas horas como Orientador Pedagógico, atendendo as seções de Mairinque e Alumínio.

Nos dias em que eu atendia a escola em Alumínio eu tinha de vir de carro uma vez que após o expediente na fábrica eu ia até Mairinque, nove quilômetros distante e após banho e janta retornava para a jornada na escola, nessa época já funcionando no novo prédio do “Comendador Rodovalho” nos altos da Vila Paulo Dias.

Pois bem: Saí conversando com o saudoso amigo e companheiro de trabalho Célio da Silva, embarcamos e seguimos conversando. Foi só quando o ônibus passou por uma lombada quase defronte ao Supermercado São Roque que dei conta que havia deixado o carro lá perto da portaria da fábrica. E aí? Teria de voltar a Alumínio e entrar às dezenove horas no Supletivo.

O SOS veio através do falecido Alcyr Pires de Campos, esposo da professora Helena Manes, companheira de trabalho. O casal deu-me carona até onde estava meu malhadinho e a partir daí as coisas seguiram seu curso normal.
Mas antes de terminar é bom acrescentar que fui reincidente: Quando ainda morava em Alumínio deixei a “Brasília” lá na fábrica e só caí na real quando cheguei em casa e vi a garagem vazia...
Coisas de rapazes já passando para coroa.


CONCLUSÃO


         Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.

        Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação. 


SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM


Wilson do Carmo Ribeiro é industriário aposentado, professor e historiador diletante. 
É presbítero emérito da Igreja Presbiteriana do Brasil e membro da Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com





Comentário do Rev. Manoel Peres Sobrinho em e-mail ao autor:


"Caro Wilson.
Creio que em matéria de "enfastiar", acho que somos muito parecidos.
Mas de uma coisa tenho certeza: fazemos o que gostamos e gostamos do que fazemos, além de procurar compartilhar com outros aquilo que é nosso prazer. Acho isso uma virtude.
Fique à vontade pra mandar quantos textos quiser e de que assunto for. Será sempre uma alegria lê-los todos.
Creio que nós escritores (xique no úrtimo), você, eu e outros aventureiros das letras, de uma certa forma, só temos a nós mesmos para compartilhar essas coisas tão caras. Gosto de ler. Gosto de escrever. Mas o que mais gosto é encontrar uma alma irmã para compartilhar esse dom inefável que é o amor à letras. Talvez sejamos uma raça em extinção. Fique à vontade. Como diz o Moacir Franco: "chorei largado..."
Fique na paz.
Shalom."

COISAS DE CRIANÇAS

As peraltices aqui narradas foram feitas por mim e por meus irmãos em nosso tempo de crianças. São lembranças minhas, que gosto de cultivá-las.

“VOU JOGAR”

Eu era muito pequeno, talvez tivesse pouco mais de dois anos de idade. Estava sentado sobre a taipa do fogão de lenha de nossa casinha e me foi dado batata doce assada no borralho e café com leite de cabra. Era nossa refeição matinal.
Não gostei da nata sobre o leite e disse: “vou jogar”.
- Então joga – disse meu pai. Joguei e levei o primeiro pé-de-ouvido que tenho lembrança. Aprendi que aquele “então joga” significava não jogar.

ESTRANHO NO NINHO

No sábado tio Antonio casou-se com a tia Maria. Houve festa lá no sítio onde ela morava. Foi lá que comi batata pela primeira vez. “Batatinha”, pois batata para nós é aquela conhecida por batata doce, a qual era produzida em boa quantidade em nosso pequeno sítio.
No domingo, muito cedo lá fui eu, sabe-se lá porque, fazer barulho na parede de barro no ranchinho deles, distante uns quinhentos metros de nossa casa. A lua de mel, coisa da qual eu nunca ouvira falar, foi por alguns minutos interrompida. Fui colocado por ele na cama de recém-casados.
Talvez tenha sido este um dos motivos porque amei tanto aqueles dois


Vídeo de Eliane Ribeiro Gonçalves

CAVALO DE AÇO

Tínhamos por costume esperar por dona Júlia, nossa professora lá na escolinha do bairro. Íamos até uma ponte de madeira num rio do qual não me lembro do nome. Num belo dia lá estava uma motoniveladora da prefeitura, fazendo a manutenção da estradinha vicinal.
Nenhum de nós havíamos visto aquilo antes. Como ela estava parada, ficamos por ali admirando aquela enorme engenhoca enquanto a professora não chegava montada em seu cavalo. Foi aí que o motor do monstro amarelo foi acionado, produzindo enorme ruído e lufadas de fumaça preta.
Foi uma debandada geral e não ficou nenhum menino para esperar pela dona Júlia.

EFEITO DOMINÓ

Nossa égua se chamava Dourada e era nela que papai realizava suas pequenas viagens. Às vezes mamãe também se servia da generosa montaria da mansa eqüina. Na garupa, via de regra levavam eu ou o Nilson, principalmente quando mamãe ia visitar sua família em Lupércio.
Mas naquele dia de festa no bairro vizinho mamãe ia a pé, puxando a Dourada pelas rédeas e sobre o animal os quatro filhos: Wilson, Nilson, José e Benedito. Não me lembro ao certo porque, mas o fato é que eu me desequilibrei sobre o animal e pendi para um dos lados. Resultado: todos fomos ao chão, numa queda que poderia ser chamada de efeito dominó.
Foi só o trabalho de montar de novo e prosseguir na breve viagem.

JARDIM DE ALÁ

Nas proximidades de nossa casinha só existiam alguns pés de Dália, flor rústica que resistia aos ataques das galinhas que eram criadas soltas e bicavam tudo que encontravam pela frente.
Numa das viagens que mamãe fazia a Lupércio, na época chamada Santo Inácio, que apeamos numa casa muito bonita para aquela época. Estávamos com sede e a mulher foi muito gentil, atendendo-nos com singular presteza.
Mas uma coisa chamou muito minha atenção. Para dizer a verdade, fiquei extasiado: havia ali próximo da casa uma grande quantidade de flores, inclusive algumas na cor azul. Que maravilha! Despedimo-nos da bondosa senhora e antes de prosseguirmos na caminhada perguntei à mamãe como se chamava aquela coisa tão linda e a resposta veio de pronto: “Jardim”.

A TROMBADA

Nossa escolinha feita de tábuas de madeira ficava no meio de um pasto nas terras de um senhor que era conhecido por Seo Zezinho. Esse homem tinha uma venda e era o líder político daquelas redondezas. Próximo da escolinha, havia a capelinha onde eram realizadas as festas e o batizado das crianças.
Até então ninguém por aquelas bandas possuía um veículo motorizado e o Seo Zezinho foi o pioneiro: adquiriu um caminhão amarelo: era um Ford ano 1929. Foi nesse veículo que o povo das cercanias foi votar nas eleições de 1950 quando, pelo voto, Getúlio retomou a Presidência da República. O Governador eleito de São Paulo foi Lucas Nogueira Garcez.
Ocorre que o caminhão já não era novo e ninguém sabia nada de manutenção para que o fordeco não sofresse seguidas panes. Com o passar do tempo, alguns gaiatos diziam que o homem levava uma junta de bois cada vez que saía com o caminhão, pois na certa o mesmo voltaria puxado pelos bovinos.
Certo dia chegávamos para as aulas e a atenção da molecada foi direcionada para uma cena assaz hilariante: O “possante” não queria pegar na manivela e então resolveram arrastá-lo, puxando-o com a ajuda dos bois. Detalhe: a casa da família (toda de madeira e já bastante antiga) estava num declive e o caminhão com a frente para o lado da construção. Os bois puxavam o veículo pela parte de traz da carroceria, sem ninguém na cabine para uma possível freiada ou mudança de direção caso fosse necessário.
Arrastado morro acima, de repente as correntes arrebentaram e o caminhão desceu de frente para a casa. Uns tentaram segurá-lo; outros gritavam e bammm. O caminhão parou... dentro da sala da casa.
Mentiria se dissesse que não achei tudo aquilo muito engraçado!

A VELA

Não sei o motivo, mas o fato é que mamãe acendeu uma vela e colocou-a em cima de um rústico móvel num dos quartos de nossa casinha de barro. Achei aquilo muito interessante e perguntei-lhe se ela me daria o canudinho depois que o pavio acabasse de queimar.
Diante da resposta afirmativa esperei por algum tempo e voltei ao quarto para me apossar do novo brinquedo. Restava sobre o móvel um pequeno fragmento de cera escorrida.
Diante de minha decepção, ela apenas esboçou um sorriso de complacência. Naquele dia aprendi que vela é coisa para ser    queimada.

COSTURA “CAGüIA”

O Nilson estava brincando de empurrar uma vara pelo chão. Na sua imaginação se tratava de um caminhão. A vara bateu com a ponta de baixo numa a touceira de grama e a outra cravou na “mala” dele. Com o sangue a escorrer pelas pernas ele clamava desesperado para nossa mãe, a qual estava lavando roupa no riacho; “Costura mamãe, costura cagüia”. Tradução: Mamãe, costura com a agulha...


CAPIVAROL

Sempre atentos à nossa saúde (ou a falta dela), nossos pais compravam fortificantes para os quatro filhos: Emulsão de Scott, Capivarol e outros que alguém dizia serem bons para que os meninos ficassem fortes.
Morávamos no sítio da família na Cabeceira Bonita, onde não existia na de médico ou farmácia numa distância mínima de vinte quilômetros. Portanto qualquer ocorrência menor no que diizia respeito à saúde era resolvido por lá mesmo.
Certo dia cheguei na cozinha e levei um susto: O José estava bebendo Capivarol no gargalo! Aprontei uma gritaria e mamãe veio correndo para ver o que era. A garrafinha já estava vazia, portanto nada restava a fazer!
Ela chamou o “Nenê” (como nosso pai era chamado) e contou-lhe o sucedido. “Acho que não vai acontecer nada demais, disse ele”. E não aconteceu mesmo, exceto um pouco de xixi a mais...


PINTINHO COZIDO

Quando mamãe saia para fazer alguma coisa e nós ficávamos sozinhos em casa, logo pensávamos em “fazer uma arte”. Fui até o galinheiro, peguei um ovo dos muitos que haviam nos ninhos feitos de taquara e coloquei-o na panela que estava cozinhando feijão. A intenção era comer o ovo cozido, meio mole, com um pouco de sal, usando a ponta do cabo de uma colher como sempre ela fazia para nós. Deixei o ovo esfriar um pouco e comecei a quebrar a casca. Aí então me deparei com um pintinho cozido...



UM MENINO FEDORENTO



Noutro dia peguei um ovo, coloquei-o em cima de um pau seco e tentei acertá-lo com meu estilingue. Errei. Então fui chegando mais perto. Uma, duas, três vezes e nada. Cheguei mais perto ainda e aí acertei. O ovo estava choco e todo seu conteúdo espirrou na minha cabeça. Mamãe lavou-me numa bacia com água, não sem vomitar umas três vezes por causa do fedor horrível daquele ovo. Ou seria do menino?



DOCE DEBAIXO DA CAMA

De outra feita, eu e o Nilson resolvemos fazer uma coisa comestível que chamávamos de “puta-que-pariu-de-roda”. Tratava-se de um ovo misturado com açúcar e farinha de milho. Quando começamos a comer, percebemos a mamãe chegando. Escondi a caneca com seu conteúdo em baixo da cama dela. Quando ela saiu para lavar roupa lá na mina, comemos aquela coisa com sabor de aventura.

EXPLOSÃO AZUL

Meu pai era caçador. Veados, pacas, capivaras e aves como a perdiz e o nambu eram seus alvos prediletos. Tinha uma espingarda de dois canos e a munição que utilizava em suas incursões pelas matas do nosso pequeno sítio e adjacências. A arma estava sempre descarregada, porém eu sabia onde ele guardava a munição.
Uma dia fiquei sozinho em casa e tive uma idéia: peguei um pouco de pólvora que ele guardava dentro de um pequeno chifre e coloquei-o sobre uma palha de milho. Sobre a pólvora, um pouco de gasolina que ele usava para colocar no isqueiro. Daí então, coloquei fogo naquilo e ocorreu uma pequena explosão com o fogo de cor azul.
Haja anjo de plantão!

A VITÓRIA DA MORENA

Morena era o nome da égua do meu tio Antonio. Além de ser seu meio de locomoção, o belo animal era rápido na raia e sempre ganhava corridas lá no bairro onde morávamos e adjacências.
Quando morei na casa de uns tios por algum tempo na cidade para cursar o terceiro ano primário, foi com alegria que soube que tio Antonio estava lá na raia (espécie de jóquei clube onde em cada páreo só corriam dois animais). Eu ia lá todos os domingos à tarde para ver as corridas.
Pois bem: A égua que tinha percorrido vinte e quatro quilômetros de vinda lá do sítio e teria de percorrer outro tanto para a volta, correu e venceu um pangaré.
O jóquei que a montou, ou seja, o próprio tio Antonio embolsou vinte cruzeiros e deu-me a metade de presente. Dinheiro suficiente para comprar picolé durante vinte dias...

CHUVA DE MARIMBONDOS

Nos ranchos cobertos por sapé onde funcionavam as olarias sempre havia algumas casas de marimbondos. Elas têm a forma aproximada de uma bola, cor acinzentada e os milhares de marimbondos negros e miúdos ficam lá dentro.
A molecada se divertia assoprando canudinhos de papel com espinho de laranjeira na ponta – uma espécie de micro flecha. Eu não era exceção, só que era ruim de pontaria. Talvez um prenúncio da miopia que viria no futuro.
Naquela tarde eu estava sozinho dentro do rancho, assoprando meus dardos contra a moradia dos marimbondos. Não acertei o primeiro, então me aproximei mais. Nem o segundo nem o terceiro. Então subi nunca carriola e fiquei bem próximo e assoprei com todo meu fôlego.
A resposta foi uma chuva de marimbondos que ferroou meu pescoço, orelhas, lábios e tudo mais. Não chorei por honra da calça e para não dar vexame maior em casa.

PESCANDO GALINHAS

Eu e o Nilson (sempre os dois!) divertíamos às custas de alguns animais. Os preferidos eram aves; galinhas, frangos e até o galo. Com esses indefesos, brincávamos de pescaria: pegávamos um grão de milho, furávamos com uma agulha e passávamos por ele uma linha com um nozinho na extremidade. Aí então era só colocar a linha numa vara e oferecer o milho às aves. Elas engoliam o milho... Que nós puxávamos de volta (maldade!).
Ainda com as galinhas, usávamos de outro estratagema semelhante. Dávamos o milho nas mesmas circunstâncias, porém com a ponta da linha, que era bem menor, presa a uma folha de papel... Para dizer a verdade não me lembro como ficava a situação, pois os bichos não ficavam por ali dando sopa.


FELINOS “ENLATADOS”



Já com os gatos a brincadeira era amarrar algumas latas no pescoço deles e assustá-los para que saíssem correndo. Em desabalada carreira, os bichanos faziam um barulho legal, pois as latas se chocavam entre si. A coisa só terminava quando eles paravam de correr, geralmente se refugiando debaixo de alguma coisa.





A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR

Certo dia o Nilson e o José chegaram da escola muito suados, pois a distância percorrida era grande e o calor era forte. Trouxeram um punhado de ovos que, segundo eles, estavam em um ninho lá no meio do pasto. Não tiveram tempo nem para terminar a explicação: mamãe fê-los dar meia volta e levar os ovos de onde não deviam ter saídos. Que dureza!



CAVALEIROS REFRESCADOS

De outra feita, o José e o Benedito com sete e seis anos respectivamente resolveram montar em pêlo num cavalo manso que vagueava pelo pasto há pouca distância de nossa casa.
Dando pela falta dos dois, a genitora gritou pelo nome deles por mais de uma hora. Já imaginando que o pior pudesse ter acontecido, ei-los chegando vermelhos e muito suados devido ao sol causticante.
Mandou que fossem “refrescar” no quarto e por algumas vezes perguntou se já haviam se refrescado. A resposta era negativa, até que o José achou que deveria por fim à novela.
- Já se refrescaram?- Já. E aí o relho comeu solto.

NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS

Nossos pais e os demais trabalhadores da olaria foram à cidade para receber seus proventos e fazer a compra do mês. Então eu e o Nilson resolvemos pegar uma carrocinha que encontramos em um dos galpões da olaria para brincarmos com ela. Era uma belezinha: na cor verde, com os raios da roda na cor vermelha. Uma espécie de mascote que certamente nunca tinha sido usada.
Apossamo-nos da mesma e, saímos puxando a dita cuja. Mais: tivemos a brilhante idéia de por o José dentro da carrocinha. Pegamos a estradinha que descia para o rio, onde havia o barreiro. Não sabíamos que muito logo a carrocinha estaria correndo mais do que nós podíamos.
-Larga, gritei. E largamos juntos o pequeno veículo, o qual capotou. As rodinhas ficaram girando como naquelas cenas de faroeste. Assustados, desviramos a carroça e lá estava o José caído no meio do mato, com aquela cara de ”quem sou, onde estou?”
Entre assustados e envergonhados, guardamos a carrocinha no lugar onde estava, com um dos varais quebrados. Até hoje não sabemos o que pensaram ou fizeram os donos quando deram conta do estrago da mascotinha verde.

O REI DA COCADA

Para ajudar no orçamento doméstico, papai revendeu durante algum tempo na casinha de pau-a-pique em que morávamos, alguns produtos alimentícios. Arroz, feijão, macarrão, batata e também algumas bebidas e doces.
Certo dia, vendo-me sozinho, peguei uma lata de doce de coco, abri-a e fui comê-la atrás do mato que havia em um dos lados da casa. Percebendo que não conseguiria comer nem a metade daquela coisa gostosa, mas doce demais, resolvi escondê-la ali mesmo no matagal (sem qualquer tipo de proteção para a lata aberta).
No dia seguinte, na primeira oportunidade, munido de uma colher fui até o local para comer mais um pouco. Ocorre que formigas em grande quantidade tiveram a mesma idéia e chegaram antes de mim...

O ZUMBIDO

Estávamos numa festa de São João. Meus pais vendendo doces para ajudar no orçamento doméstico, meus irmãos recostados e dormindo em algum lugar da casa dos festeiros e eu em volta da fogueira, aquecendo-me do frio de junho.
De vez em quando espocava um rojão nas proximidades. Tudo era festa, até por causa da música sertaneja que rolava solta e as comidas que eram oferecidas aos presentes.
De repente aconteceu o inesperado: muito perto de onde eu estava agachado em volta da fogueira alguém acendeu um rojão, porém o mesmo explodiu sem sair do tubo. Foi um susto geral e senti um forte zumbido no ouvido direito. Não disse nada a meus pais.
Nunca mais aquele zumbido apartou-se de mim.

BABA DE BOI

Enquanto o José preferia apanhar logo quando a surra seria em série, o Nilson optava sempre em sair correndo. E como era velocista, dificilmente papai conseguia pegá-lo. Foi assim que num belo dia ele saiu em disparada para evitar a exagerada correção paterna e passando por baixo de uma cerca de arame farpado, adentrou um pasto onde havia gado, sendo que algumas vacas eram bravas.
Quando se viu ameaçado, deitou-se no capim de braquiara e fingiu-se de morto. Algumas rezes chegaram bem perto do assustado menino, fungaram em seu congote, cheiraram sua cabeça, babaram sobre ele e se foram. Ufa!


O FILHOTE DE CAMUNDONGO

Eu e o Nilson estávamos voltando da escola lá em Santa Cruz, quando vimos uma caixinha envolta em papel de farmácia, com lacinho de fita, tudo indicando ser um presente que alguém deixara cair por descuido. Apanhamo-la, fomos mais que depressa a um local pouco movimentado e abrimos aquela caixinha de surpresa. Não sei quem ficou mais assustado, se nós ou o ratinho que pulou e saiu correndo.
Ao invés de ficarmos decepcionados, compramos a idéia e presenteamos várias pessoas com aquela brincadeira (de mau gosto, diga-se). Na falta de um ratinho, púnhamos cocô de cavalo mesmo.

CHUVA DE AMENDOIM

Papai havia colhido amendoim, que comíamos como lanche no meio da tarde. Uma boa quantidade do produto (com casca) foi acondicionado em um saco, que por sua vez foi colocado no alto, em cima do canto de duas paredes. Era para não ficarmos comendo fora de hora.
Estando sozinho, achei que deveria desamarrar a boca do saco, o que fiz com bastante dificuldade por causa da minha pouca estatura, mesmo estando em pé em cima da cama. A intenção era pegar só um pouco, mas “choveu amendoim”. Desesperado, gritei por socorro e tia Maria, que passava por perto, correu em meu auxílio.Ufa!

SENHORAS E SENHORES

Eu, o Nilson e o José varávamos por baixo da lona dos circos que se instalavam na cidade. Não satisfeitos com a “proeza”, pedíamos a entrada e saíamos para comprar amendoim ou pipoca. Vendíamos os ingressos e tornávamos a entrar por baixo. As vezes dávamos ao luxo de repetir a operação.
Tentamos entrar na cara dura no cinema, porém não fomos bem sucedidos. Mas o José, num certo domingo conseguiu, não sabemos como. Porém, enquanto ainda estávamos (eu e o Nilson, para variar), esperando uma oportunidade, eis que lá vem o José de volta, devidamente escoltado pelo lanterninha.

O TORCEDOR PERSEGUIDO

Vivíamos na dureza, apesar de trabalharmos ajudando a família a fazer tijolos. Embora menor de idade, eu era bastante crescido e não deixavam que eu entrasse para assistir os jogos do time da cidade. Assim, era forçado a pular o muro que cercava o campo.
Mas num domingo, um soldado me pegou no flagrante e obrigou-me a pular de volta, o que tive de fazer a duras penas e sem reclamar. A partir daí, mudamos a tática. Meus irmãos entravam, iam até a portinhola que ficava atrás de um dos gols e abriam-na para que eu entrasse.




COLÁPSO GALINÁCEO

Depois do trabalho na olaria nossa diversão era pescar ou caçar passarinhos (coitados). Ficamos bons de pontaria no estilingue e marcávamos na forquilha cada caça abatida.
Num domingo de manhã vi uma das muitas galinhas que tínhamos soltas no quintal, pousada em cima de nossa casa. Alguma coisa me disse que deveria arriscar uma pedrada nela. Mirei e atirei: a galinha despencou do telhado, caindo ao lado da porta da cozinha onde mamãe começava a preparar o almoço.
Chamou papai e depois de uma olhada na penosa, resolveram que ela seria aproveitada naquele cardápio. E foi o que realmente aconteceu.



JOGO DE MALHA, JAMAIS

Na falta das pequenas esferas de ferro que são utilizadas no jogo de malhas, eu e o Nilson usávamos pedras de formatos variados. Tudo correu muito bem até que em determinado dia, após lançarmos as peças, fomos contabilizar os pontos feitos.
- Ganhei, disse ele.
- Não, eu que ganhei, retruquei cheio de convicção.
- Mas esta pedra é minha, contra-atacou ele, já vermelho e muito bravo.
- Nada disso, ela é minha, sustentei.
Não havendo acordo o jogo terminou ali. E nunca mais brincamos de jogar malhas.

MINHA PRIMEIRA BOLA

Já com doze anos, meu maior desejo era ter uma bola de borracha. Chegado o Natal, meus pais me disseram que seu eu acreditasse no Papai Noel ele traria o almejado brinquedo. Relutei, porém cedi meio a contragosto. Dia de Natal, muito cedo fui verificar se o presente estava dentro do sapato que deixamos em cima da mesa da sala. E lá estava ela, ao invés das singelas balinhas dos anos anteriores. Fiquei exultante.
Corremos até o rústico espaço no meio do pasto que chamávamos de campinho, cheio de altos e baixos e alguns toquinhos de mato que havíamos capinado. A bola, de borracha muito frágil não demorou a se partir em duas. Naturalmente que o jogo terminou ali.



CAÍDAS DA MUDANÇA

Uma expressão muito usual é “parece cachorro que caiu da mudança”. A frase é para designar pessoas que não sabem o que fazer ou para onde ir em determinadas situações.
Numa das muitas mudanças feitas por nossa família de uma olaria para outra, nossos pertences seriam levados na carreta de um pequeno trator agrícola. Lá no alto da carreta, estavam os colchões que eram feitos de pano e enchidos com palha de milho rasgadas. E sobre eles, mamãe e tia Maria, esta levando o violão do tio Antonio. Papai e o tio tinham ido na frente para ajeitar algumas coisas nas casas onde estávamos indo morar.
- Essa mudança vai despencar, disse eu ao tratorista, filho do patrão.
- Não cai, retrucou ele.
O trator não percorreu vinte metros na rústica estradinha morro acima e tudo veio abaixo. As duas mulheres caíram debaixo do trator. Foram protegidas pelos velhos colchões enrolados feito rocambole.
Naquele dia a voz da criança foi mais sensata.

VALE TUDO POR DINHEIRO

Num final de tarde estávamos próximos ao forno da olaria, de onde havíamos retirado alguns milheiros de tijolos. Os filhos do patrão admiravam o trabalho que eu e o Nilson fazíamos apesar de sermos ainda adolescentes (eu tinha quatorze e ele doze anos).
Eu era bastante deslumbrado, pois apesar de novo na idade e magricela, realizava as tarefas de um homem feito. E foi num arroubo de exibicionismo que disse aos circunstantes:
-Quanto vocês me pagam se eu jogar este caco de tijolo para o alto e cabeceá-lo como o Mauro? (zagueiro central do São Paulo e da Seleção Brasileira).
-Cinco cruzeiros, foi a resposta imediata de um deles.
Não pensei duas vezes e fiz o que havia proposto. Saiu sangue, formou-se um “galo” na minha testa, mas ganhei o suficiente para comprar dez picolés.


OLÉ!

-Vamos brincar de tourada? Propus aos meus irmãos Nilson, José e Benedito, todos mais novos que eu.
- Vamos, concordaram eles.
- Então vou ser o touro, e vocês, um de cada vez tentarão me dominar. Todos concordaram.
E começou a tourada sobre um monte de areia e eu jogava-os ao chão, sentindo-me o máximo, ou seja, uma verdadeira fera capaz de dominar todos os meus desafiantes. Depois de uns dez minutos senti que a brincadeira precisava terminar, pois o touro estava alquebrado.
Durante uma semana, além do cansaço dos serviços de oleiro ainda tive de suportar as dores causadas pela façanha. Doía o pescoço, a coluna, as pernas, tudo...

RAMINHO VERDE

Todas as vezes que íamos caçar passarinhos ou pescar eu e o Nilson fazíamos uma disputa: Se um de nós disséssemos ao outro a frase: “raminho verde”, imediatamente alguma coisa verde tinha de ser tirada do bolso das calças curtas que ainda usávamos, mesmo que fosse uma pequena folha de árvore.
Certa tarde estávamos pescando numa das muitas lagoas que se formavam onde o barro era retirado para a fabricação de tijolos.
- Raminho verde, disse ele repentinamente. Tirei do bolso umas folhas verdes grandes, mas ela estavam lisas e escorregaram de minha mão, indo para dentro da água. Acabou-se a pescaria, pois as minhocas que serviam de iscas estavam envoltas naquelas folhas.


SÁBADO SEM SORVETE

Todos os oleiros foram à cidade naquele sábado para receber pelo trabalho do mês e fazer suas compras. Nesse dia fomos também. Recebido o dinheiro, papai deu-nos uma moeda de dois cruzeiros, que era suficiente para comprar quatro picolés.
A alegria foi tamanha que saímos correndo rua abaixo em direção à sorveteria. O Nilson achou de brincar com a moeda, jogando-a para vê-la correr pela beirada da rua asfaltada. Ela parava e ele jogava-na novamente.
Quando a sorveteria já estava muito próxima, não percebemos que mais próximo ainda havia uma “boca-de-lobo”. Nossa reação desesperada de nada adiantou, pois nosso dinheiro caiu pela grade de proteção e se foi.
Restou-nos esperar pelo próximo pagamento.

QUEM MATOU? QUEM MORREU?

Esta é do Nivando, nosso irmão caçula temporão, doze anos mais novo que eu. Meu pai matava porco, como também o faziam outros trabalhadores da olaria. Naqueles tempos ninguém tinha geladeira e o jeito era conservar a carne dentro de uma lata de gordura do próprio suíno. Faziam lingüiça e também cortavam-se resmas de toucinho, que eram penduradas próximo ao teto da casa. Com o calor e a fumaça que saia do fogão de lenha, tudo aquilo ficava defumado.
Certo dia, o Nivando com seus três anos se tanto, postou-se próximo à porta da cozinha e olhando para cima saiu-se com esta:
- Boi matô home, cumê nóis. Tradução: O homem matou o boi para nós comermos. Como já foi dito, era porco e não boi.

PÃO PARA QUEM TEM FOME

Esta também é do Nivando, pouco tempo depois. Um menino da vizinhança chegou em nossa casa comendo um pedaço de pão caseiro, o que mamãe também fazia costumeiramente, não havendo falta desse alimento em casa. Talvez imaginando que aquilo que o menino estava comendo fosse mais gostoso o Nivando apelou:
- “Vamo respartí esse pão?”.


O ÚLTIMO “PÉ-DE-OUVIDO”

Papai e eu estávamos fazendo tijolos e o Nivando, ainda bem pequeno estava brincando por perto. Mamãe tinha ido fazer nosso almoço. Em certo momento vi que o pequeno tentava debruçar-se sobre o varal de uma das carriolas que usávamos, porém não conseguia por causa da pequeníssima estatura.
Não tive dúvidas em ajudá-lo e ele caiu de ponta cabeça. Abriu um berreiro e eu levei meu último “pé-de-ouvido” (tapa na orelha).




O VELOCÍPEDE

Estava me sentindo nas alturas, vestindo roupas limpas e mais do que isso, usando sapatos e meias. Esse era meu sonho, pois na olaria o trabalho não permitia esses luxos. Na verdade usava roupa rústica, me sujava de barro ou de poeira de tijolo queimado e calçava alpargatas, as quais chamavam de “come quieto”. Não bastasse, logo ficavam furadas, expondo os dedões dos pés e a sola mais parecia um caroço de manga depois de chupada.
- Wilson, pegue o espanador e limpe aquele velocípede ali, disse-me o vendedor chefe da loja de armarinhos. Como nunca havia ouvido essa palavra, cheguei bem discretamente para uma das vendedoras e perguntei o que era velocípede.
- É aquela bicicletinha de três rodas que está na vitrine, informou-me ela de forma muito gentil esboçando um sorrizinho da ignorância do caipirinha meio matuto, porém feliz.

ENTRE COBRAS E SAPOS

A felicidade durou muito pouco. Papai resolveu voltar a trabalhar em olaria, pois seu emprego na cidade não durou mais que vinte dias. Não se ajeitou em quebrar pedras numa pedreira nem ser bóia fria no corte de cana. A olaria para onde mudamos situava-se noutro município e, por estar parada fazia algum tempo, a casa estava abandonada e o poço cercado de mato. Pior: a tampa havia caído lá dentro e precisava ser retirada.
Entre os adultos da família do administrador e de minha família havia pelos menos uns cinco homens que poderiam realizar a operação. Mas o menino metido a corajoso que era eu, se propôs a descer até o fundo do poço para resgatar a apodrecida tampa de madeira.
Desceram-me usando uma corda. Depois mandaram outra na qual amarrei a tampa e assim a operação foi concluída com êxito. Bateram palmas para o destemido pré-adolescente ao chegar de volta à “terra firme”.
Cada um foi cuidar da vida e deram um tempo para que a água ficasse limpa. No dia seguinte, nos primeiros baldes retirados com água, vieram alguns sapos. Alguns dias depois lá estava a inseparável dupla ajudando a mãe. Ela fazia o almoço e nós tirávamos água do poço de mais de vinte metros de profundidade.
- Uma cobra! gritei. O Nilson que já estava levando as mãos para apanhar o balde cheio de água recuou. Eu fiquei sem saber o que fazer. Enquanto isso, o assustado réptil saltou para o chão e sumiu no mato.
Nos dias subseqüentes pelo menos mais umas três ou quatro cobras vieram à tona. E pensar que por alguns instantes eu fizera companhia a elas dentro daquele poço!

GARRINCHA, PELÉ & CIA.

Gilmar, De Sordi. Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagalo. Com esse timaço comandado pelo obeso Vicente Feola e tendo como palco o estádio de Udevala em Estocolmo o Brasil acabava de golear a Suécia por 5x2, se tornando campeão mundial de futebol pela primeira vez.
De tanto eu falar na importância daquela final de Copa do Mundo, papai e mamãe tinham ido comigo à cidade para ouvir pelo rádio a transmissão do memorável jogo. Quando o saudoso Fiore Giglioti gritou que a refrega acabara, o centro da pequena cidade do interior virou festa e ouvia-se o espocar de rojões por todos os lados.
Na euforia contagiante, começaram a jogar a moçada dentro do chafariz no centro da bela praça. Eu até que desejava ser jogado também, pois nunca sentira uma alegria tão grande. Afinal, o Brasil era campeão do mundo!
Mas do alto de sua autoridade materna mamãe disse, num tom que misturava temor e cuidado: “Meus Deus, tomara que não joguem meu filho na água...”.


GOL CONTRA

Quando estudava no SENAI o José, que sempre foi gordinho e avesso à educação física, usava de uma estratégia infalível para terminar o exercício da molecada no velho campo da Associação Atlética Alumínio.
Quando se aproximava do horário de encerramento da atividade e professor avisava que o jogo terminaria no próximo gol que fosse marcado. E não dava outra: o Zé chutava contra seu próprio gol!


“PELÁDIOS EM SANTOS”

Por mais que mamãe proibisse, o Benedito não desistia de nadar com a molecada no riozinho que cortava nosso bairro. Eles mesmos represaram a água, formando um pequeno lago onde se esbaldavam nos dias calorentos.
A natação do menino era interrompida quando dona Benedita chegava sorrateiramente e levava a roupa dele embora. Ela achava que assim ele não iria desobedecê-la mais.
Na primeira vez, como na música dos Mamonas, ele ficou “peládio”. Amigos socorreram-no, emprestando-lhe um short. Nas próximas idas ao “balneário” o Dito levava um short sobressalente.

O VIGILANTE RODOVIÁRIO

Naqueles tempos idos muito pouca gente tinha televisão. Por causa disso, era muito comum a sala da casa do nosso patrão ficar cheia de “televizinhos” para assistir o Vigilante Rodoviário e o Rintintim. Entres esses, o Nilson era assíduo.
Certo dia ele convidou-me para ir ver a maravilha que eram esses seriados. Embora relutante e tímido fui até lá, pedi licença e sentei-me. Passaram se alguns minutos e ouviu-se em alto e bom tom a voz da irmã do anfitrião: “Isto aqui não é nenhum cinema. Não agüento mais essa molecada aqui todo santo dia”.
Saí com a cara no chão. Só conheço o Vigilante Rodoviário de ouvir falar.

A RIVALIDADE
A rivalidade entre a Associação Atlética Alumínio e o Guarani de Ibiúna era muito grande. E aconteceu que esses dois times disputaram a final do campeonato amador da região em fins do ano de 1959.  O jogo foi no antigo campo da Associação e esta venceu por 1 x 0 e ficou com o cobiçado troféu. No 2º tempo, Num lance mais duro do Zé Carlos Metidieri, um dos jogadores deles foi retirado do gramado sem condições de continuar. Naqueles tempos, não havia substituição e eles ficaram com 10 jogadores em campo.
Terminada a refrega, íamos, eu, o Nilson e mais alguns colegas, caminhando de volta a Vila Paulo Dias, altura da Barra Funda, quando um caminhão, com enfurecidos torcedores ibiunenses passou por nós. Gritaram uns palavrões e foram retrucados por alguns dos nossos, que aproveitaram para tirar um sarro dos derrotados.
Como abelhas enfurecidas, vários torcedores desceram do caminhão, pegaram pedras e vieram para nos executar. Nilson e os colegas se escafederam. Eu que não poderia correr, visto que tinha sido operado de varizes, limitei-me a dizer: “eles pularam aquele muro ali”. Desistiram de qualquer perseguição e eu saí ileso dessa sinuca. Ufa!.


O VOLANTINHO DO FUSCA

       Quando o Reverendo Willes veio de Iguape a Alumínio em 1977 para receber o fusquinha que a comunidade lhe deu, aconteceu um fato dígno de nota, o que eu e minha família memorizamos e rimos até hoje. Eu, para variar, escrevi e coloquei no blog.
       O volante do carro era esportivo, o que não combinava bem com o gosto do pastor, que fora acostumado a dirigir até caminhões antes de se tornar pastor de ovelhas. Manifestou então o Rev. Willes a intenção de trocar o dito volante do carro.
      Ao netinho  Carlos Eduardo, pequeno que era, a fala não passou despercebida. Dias depois o pequeno ao fazer sua oração, assim se expressou:
- Papai do Céu: abençoa o papai, abençoa a mamãe, abençoa a vovó e abençoa o vovô para que ele me dê o volantinho do carro quando ele trocar...

CONCLUSÃO


         Este trabalho pode ser melhorado através de críticas construtivas e sugestões. É assim que tenho feito com todas as postagens publicadas em meu blog.

        Portanto, se você tiver qualquer contribuição a fazer, poderá entrar em contato comigo através do e-mail indicado no final desta publicação. 


SOBRE O AUTOR DA POSTAGEM


Wilson do Carmo Ribeiro é industriário aposentado, professor e historiador diletante. 
É presbítero emérito da Igreja Presbiteriana do Brasil e membro da Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba.
E-mail: prebwilson@hotmail.com



Comentário do Rev. Manoel Peres Sobrinho em e-mail ao autor:
"Caro Wilson.Graça e paz.

Seu texto é maravilhoso, muito bom mesmo!! Hilário, eu diria, parabéns!
Há um livro muito legal pra se ler nesse estilo que tem como título "Anarquistas Graças a Deus" de Zélia Gattai, vale a pena dar uma olhadela. Também, nesse estilo, há as crônicas de Lima Barreto, muito boas...

QUINTO ENCONTRO DE CONJUNTOS E QUARTETOS MASCULINOS NA IGREJA PRESBITERIANA DE CAMPO LARGO EM SALTO DE PIRAPORA

  APRESENTAÇÃO Aconteceu dia 30-04-2011 com início às 19 h 30 minutos na I.P. de Campo Largo em Salto de Pirapora o 5º Encontro de Conjuntos...